Custo de produção da soja deve ser o mais alto desde 2010!
Devido a alta no preço dos fertilizantes, o custo de produção da soja deve ser o mais alto desde o ano de 2010.
Considerando o 1º semestre dos últimos nove anos, os preços dos principais fertilizantes fosfatados e potássicos utilizados na cultura da soja registraram, em 2019, os patamares mais elevados, em termos nominais.
Esse cenário esteve atrelado a eventos registrados em 2018, como a greve dos transportadores rodoviários, o tabelamento dos fretes, a oscilação cambial (devido aos entraves políticos) e a valorização das matérias-primas no mercado externo.
Inclusive o Farmnews destacou para a alta nos preços dos fertilizantes na parcial de 2019. Clique aqui e confira os dados!
O primeiro semestre é o período em que ocorre o maior volume de compras de fertilizantes. Segundo levantamento do Cepea, nos últimos nove anos, os meses de junho terminaram com 62%, em média, do total comprado. Na safra 2019/20, os dados indicam que quase 70% dos fertilizantes foram adquiridos até o final do primeiro semestre, e com os maiores preços nominais em nove anos, os custos com adubos devem ser os mais elevados desde 2010 para o sojicultor brasileiro.
Aliás, a importação de adubos e fertilizantes pelo Brasil no 1° semestre de 2019 foi a mais alta para período, na história do País. Clique aqui e confira!
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Nesses nove anos (1º semestre de 2010 com o de 2019), os valores dos principais fertilizantes utilizados na soja mais que duplicaram, e os períodos de aumentos mais expressivos ocorreram entre 2010 e 2015 e entre 2017 e 2019. Nesse último, que é o mais importante para esta análise, as cotações dos fertilizantes subiram em média, 38%, devido ao aumento cambial.
E por falar em custo de produção da soja, você sabia que produzir soja no Brasil é maior do que nos Estados Unidos e Argentina. Clique aqui e saiba mais do assunto!
No primeiro período, de 2010 a 2015, os fertilizantes se valorizaram 76%, mas recuaram em 2016 e 2017. Nesses anos, as cotações dos fertilizantes foram fortemente pressionadas pela desvalorização do dólar frente ao Real e pela grande disponibilidade das matérias-primas no mercado internacional.
Os dados de exportação de soja brasileira apresentaram nova forte queda em agosto de 2019. Pois é, e a queda aconteceu tanto em relação ao mês anterior como frente ao mesmo período de 2018. Clique aqui e confira os dados!
Em 2018, o câmbio mais elevado tornou a encarecer os fertilizantes, principalmente no segundo semestre, quando os rumores da guerra comercial entre China e Estados Unidos e os entraves do cenário político eleitoral brasileiro desvalorizaram de forma expressiva a moeda brasileira em relação ao dólar (clique aqui). Acrescido a isso, o tabelamento dos fretes, como resolução da greve rodoviária, impactou ainda mais as cotações, de forma que, entre 2017 e 2018, o preço do adubo registrou elevação de 31%.
Em 2019, o dólar ficou ainda mais valorizado que no primeiro semestre de 2018 – passou de R$3,42 para R$3,84 nesse período e, como reflexo, as cotações dos fertilizantes potássicos e fosfatados registraram aumento médio de 21%. O KCl, por exemplo, passou de R$1.386,00/tonelada para R$1.796,00/t. Já o MAP teve uma elevação de R$269,00/t entre um ano a outro, sendo comercializado a R$2.076,00 no primeiro semestre de 2019.
Adaptado do Cepea
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