O que o pecuarista pode esperar no ano de 2018?
Se 2017 foi um ano repleto de desafios para o pecuarista, 2018 irá merecer atenção especial.
O ano de 2017 foi um ano em que os preços em dezembro foram próximos daqueles praticados em janeiro. O problema foram os meses entre janeiro e dezembro! Isso porque a queda, em especial no primeiro semestre do ano, foi intensa. A queda acumulada no ano chegou a patamares próximos de 20% (clique aqui).
Além de um consumo interno mais fraco e o cenário político frágil, os efeitos negativos da Operação Carne Fraca (clique aqui) ajudaram a pressionar os preços do boi gordo ao longo do ano.
Mas 2018 já começa com a expectativa para a votação da Reforma da Previdência, fundamental para os rumos da nossa economia. E vale destacar que 2018 também será marcado pelas eleições presidenciais, que definirão os rumos do Brasil para os próximos anos.
O bom é que 2017 termina com números positivos e que, mais uma vez, criam expectativa otimista para o próximo ano.
Com a queda de juros, a inflação sob controle, o câmbio relativamente estável, uma redução no índice de desemprego e previsões melhores para o PIB, de até 3%, esperamos retomar o caminho de crescimento.
O lado da exportação de carne bovina é otimista e a própria Abiec já estima números melhores que em 2017 (clique aqui). E cabe lembrar que os números de 2017 já foram melhores que 2016 (clique aqui).
E vale lembrar também que apesar do preço da arroba apresentar queda ao longo do ano, os custos da alimentação ajudaram aqueles que engordam animais no cocho (clique aqui e saiba mais). As relações de preços do boi gordo e do milho, por exemplo, atingiram patamares favoráveis ao pecuarista. Isso porque a queda nos preços do milho foi superior a verificada para o boi gordo (clique aqui).
E o que todo pecuarista gostaria de saber é: o que esperar de preços em 2018?
Claro, acredito que ninguém teria uma resposta precisa, embora hajam alguns indícios que podem ser considerados e podem influenciar o comportamento de preços do boi gordo no futuro.
O primeiro é o lado da oferta. Esse ano a oferta de animais melhorou e isso pode ser comprovado pela evolução do ritmo de abate no país em 2017 (clique aqui). Outro detalhe com relação ao assunto é que a taxa de abate de vacas também aumentou em 2017, ou seja, sugerindo que o rebanho deve crescer mais lentamente nos próximos anos (clique aqui).
Caso o ritmo de abate de vacas aumente em 2018, o lado da oferta talvez não seja um fator crítico, como foi em alguns anos atrás, com forte restrição de animais para abate. Mas, se a oferta será suficiente ou não é o lado da demanda que irá nos dizer.
E do lado da demanda, temos que avaliar o mercado externo e interno. O externo vimos que é esperado aumento e, do lado interno, caso a expectativa de crescimento econômico se concretize, o consumo de carne bovina também deve aumentar.
O que podemos dizer é que nesse cenário mais otimista, os preços do boi gordo não devem sofrer variações negativas bruscas como aconteceu em 2017. Isso já seria uma boa notícia. Preços firmes, sem sustos, deixando a oferta e a demanda atuarem sem que eventos externos prejudiquem a disputa, como no ano passado.
Siga o Farmnews, o canal de notícias do agronegócio!