Perspectivas do mercado do boi gordo para 2019
Saiba mais das perspectivas do mercado do boi gordo para 2019, segundo análise do Cepea.
Depois de fechar 2018 registrando recorde nas exportações de carne bovina in natura, o setor pecuário nacional aposta, agora, em incremento nas vendas domésticas da proteína em 2019, de acordo com pesquisadores do Cepea, da Esalq/USP. O fundamento vem das perspectivas de retomada da economia nacional, que tende a elevar o poder de compra da população.
Projeções do Banco Central indicam crescimento de 2,5% do PIB neste ano. Além disso, espera-se controle da inflação e taxa de juros em baixa, favorecendo investimentos. O setor também está de olho na mudança de governo (que gera perspectivas de melhora nos indicadores econômicos), na maior safra nacional de grãos (que tende a reduzir os custos com a ração, importante insumo de confinamentos) e na possível diminuição na oferta de animais (em decorrência do maior abate de fêmeas) – estes últimos fatores, inclusive, podem melhorar as margens de produtores no correr de 2019.
Esse contexto tende a aumentar a renda da população e, consequentemente, estimular o consumo de carnes, especialmente bovina. O setor espera incremento também na demanda por carne premium. Neste caso, isso se deve à mudança de padrão do consumidor brasileiro nos últimos anos, que busca cada vez mais padronização, maciez e precocidade da carne, o que, por sua vez, exigiu uma modificação também no padrão de produção.
Além das perspectivas do mercado do boi gordo para 2019, confira também a retrospectiva do mercado pecuário em 2018. Clique aqui e confira!
Ressalta-se, no entanto, que o mercado internacional ainda é forte foco do setor. O Brasil vem se consolidando cada vez mais no contexto internacional – em 2018, o País embarcou o recorde de 1,353 milhão de toneladas de carne in natura, registrando faturamento de US$5,6 bilhões –, e isso se deve ao fato de o País conseguir ofertar elevado volume da carne e de qualidade. Clique aqui e acesse os dados históricos do mercado de exportação de carne bovina do Brasil.
Ainda no front externo, para 2019, está a favor do Brasil o dólar valorizado (clique aqui) e a dificuldade de outros países em ofertar carne com custo baixo e em volume. Atualmente, os principais concorrentes do Brasil, como Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália – este último enfrentando severas secas e aumento nos abates de fêmeas –, operam com preços mais altos, favorecendo a competitividade brasileira.
Nesse sentido, o setor pecuário nacional acredita que China e Hong Kong, importantes demandantes de proteína bovina, devem seguir importando a carne brasileira, assim como observado ao longo de 2018. Soma-se a esse cenário a reabertura do mercado russo às carnes brasileiras e a habilitação de novas plantas de bovinos para o mercado chinês.
Confira a evolução histórica da importação de carne bovina brasileira pela China e Hong Kong. Clique aqui!
Pelo lado da oferta, o maior abate de animais ao longo de 2018, especialmente de fêmeas (novilhas), traça um cenário de oferta mais restrita (clique aqui), o que também pode sustentar os preços internos da arroba. Por outro lado, o aumento de produtividade de animais nascidos pode garantir uma boa oferta de carne em 2019.
Com relação ao confinamento, o pecuarista deve ficar atento principalmente no segundo semestre. Isso porque a expectativa de uma safra maior de grãos e a sinalização do mercado futuro de preços firmes para setembro e outubro de 2019 tendem a elevar o volume de animais a serem confinados, o que poderia pressionar os valores da arroba. Acesse aqui os dados de custo da engorda de bovinos confinados ao longo de 2018!
Por enquanto, projeções do Cepea, utilizando como base dados de 11 confinamentos acompanhados ao longo de 2018, mostram que os números de rentabilidade devem ser positivos para 2019, desde que haja gestão de preços por parte do pecuarista.
Considerando-se o preço de boi magro de R$2.205/cabeça, peso de 14,7 arrobas, ganho de peso diário de 1,7 kg, 95 dias de confinamento e 55% de rendimento de carcaça, a rentabilidade pode chegar a 10,85% no período. Foram considerados custo de diária por animal de R$9,26, preço do milho em maio (de R$36,00/saca de 60 kg) e o do boi gordo em outubro/19 (de R$158,05/arroba).
O fato é que apesar das incertezas, claro e, dos desafios, as perspectivas do mercado do boi gordo em 2019 são otimistas!
E por falar nas perspectivas do mercado do boi gordo para 2019, clique aqui e confira também como se comportaram os preços corrigidos do boi gordo ao longo da última década, de 2009 a 2018!
Adaptado do Cepea
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