Relação entre o preço do bezerro e o abate de vacas
O Farmnews atualiza os dados da relação entre o preço do bezerro e a consequência no ritmo de abate de vacas.
É importante entender essa relação e sua importância, especialmente em 2023, ano em que o preço da reposição segue em forte queda. Vale lembrar que o preço médio mensal do bezerro apresentou a maior queda na base anual de comparação em janeiro de 2023. Clique aqui e confira!
O fato é que nos anos em que o preço do bezerro cai, como ilustra a Figura abaixo, o ritmo de abate de vacas aumenta diante da necessidade de negociar as fêmeas porque a atividade passa a não ser atrativa.
Veja, por exemplo, entre os anos de 2019 e 2021, com a alta no preço do bezerro (linha vermelha), o ritmo de abate de vacas cai sensivelmente (coluna em azul). Aliás, vale lembrar que o abate de vacas em 2021 foi o menor ao longo de mais de 10 anos, o que mostrou o interesse pela cria na época. Mas em 2022 e 2023 o cenário é diferente, infelizmente. O Farmnews apresentou os dados da taxa de abate de vacas no 3° trimestre, no Brasil, entre os anos de 2010 à 2022. Clique aqui!
A Figura a seguir ilustra a evolução do preço médio nominal do bezerro (Cepea, Mato Grosso do Sul) e o variação do abate de vacas (entre os meses de janeiro e setembro) de cada ano, segundo dados do IBGE-SIDRA.
O preço médio nominal do bezerro em 2022 caiu 8,4% em relação à média observada em 2022, com reflexo na alta de 14,8% do abate de vacas entre janeiro e setembro de 2022 frente ao mesmo período de 2021.
É importante destacar que utilizamos os dados de janeiro a setembro, pois são os últimos dados disponíveis do IBGE e para compararmos na mesma base, o ritmo de crescimento considerou, para todos os anos, desde 2010, os dados até setembro.
Em 2021 (de janeiro a setembro), o abate oficial de vacas somou 5,29 milhões de cabeças, o menor valor da série avaliada, desde 2010. Essa queda na intenção do abate de vacas foi motivada pelos patamares recordes de preços na época. Em 2022, até setembro, o abate de vacas somou 6,07 milhões de cabeças e a maior alta relativa frente ao ano anterior ao longo da série, de 14,4% (como destaca a Figura acima).
O importante é entender o comportamento de preços em 2023 que, como mencionado acima, segue em queda. Aliás, o preço médio em 2023 já revela a maior queda entre os meses de janeiro em mais de 10 anos, o que aumenta a preocupação quanto a viabilidade da atividade e o reflexo no aumento maior do abate de vacas no ano.
Mas é importante lembrar, como revelam os dados históricos (Figura), que os movimentos de queda nos preços são acompanhados de alta ainda mais significativa nos anos à frente. Veja, por exemplo, que entre os anos de 2017 e 2018 o ritmo de abate de vacas aumentou, inclusive em patamares mais baixos que o observado em 2022 e, o impacto no preço em 2021 foi recorde. Em outras palavras, uma continuidade no ritmo de abate de fêmeas pode gerar uma nova onda de alta futura ainda mais forte que a observada em 2021.
E mudando o assunto, o preço futuro do boi gordo para vencimento em maio de 2023 segue em recuperação, acompanhando o movimento de alta no mercado físico. Clique aqui e saiba mais!
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