Vamos avaliar o ágio do bezerro em relação ao boi gordo em quase 20 anos de história, ou seja, desde o ano 2000.

Temos destacado o comportamento de preços do boi gordo e do bezerro ao longo de 2018 e comparando esses valores com o observado nos anos anteriores.

Diante disso, vamos analisar a relação de preços entre o boi e o bezerro no longo prazo, em quase 20 anos, ou seja, desde o ano 2000.

A Figura a seguir ilustra o preço médio mensal do boi gordo e do bezerro, segundo indicador Cepea, em valores nominais, desde o ano 2000. Vale destacar que tanto os preços do boi gordo como do bezerro são apresentados em Reais por arroba.

Como os dados da Figura sugerem ao longo desses quase 20 anos de história, houve um movimento cíclico de altas e baixas no valor do ágio do bezerro em relação ao boi gordo. O intervalo desses movimentos cíclicos de alta e baixa varia, mas, o movimento é bastante evidente.

Isso porque entre os anos de 2001 e 2002 o ágio do bezerro em relação ao boi gordo atingiu picos de alta, acontecendo novamente nos anos de 2009 e 2010 e o último em 2015 e 2016.

Nesses 3 ciclos de alta, o ágio do bezerro em relação ao boi gordo a alta chegou a atingir patamares acima de 40%.

Vale destacar também que os patamares mínimos do ágio estão atingindo valores cada vez mais elevados, mostrando o cenário de valorização da atividade de cria nos últimos anos.

Nesse aspecto, é importante lembrar que a cria é a atividade que tem mostrado menor ganho de produtividade, em termos médios, comparado a atividade de engorda, fazendo com que o produto bezerro esteja cada vez mais valorizado.

Isso fica evidente quando observamos o comportamento de preços do boi gordo e do bezerro no longo prazo, com o descolamento, para cima, dos preços dos animais para reposição frente ao boi gordo.

Com isso, podemos refletir sobre 2 pontos com relação aos dados apresentados na Figura acima. Estamos vivendo um momento de baixa do ciclo pecuário de longo prazo. Clique aqui para saber mais sobre ciclo pecuário de longo prazo.

E que os ganhos de produtividade na engorda talvez ainda estejam descolados dos ganhos da cria, fazendo aumentar o prêmio pago pelos animais de reposição.

Siga o Farmnews, o canal de notícias do agronegócio!