Mercado

Custo de produção de bovinos confinados em março de 2025

O Farmnews Indica

Edição nº 94 – Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC), relativo a março de 2025!

Em um cenário de mercado marcado pela volatilidade dos preços da arroba e pela crescente pressão dos custos de produção, os confinadores se encontram em uma encruzilhada.

O mais recente Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) Edição nº 94 revela um aumento nos custos, sinalizando a necessidade de revisão das práticas de gestão. Diante desse quadro, a pergunta que ecoa nas fazendas é: como manter a rentabilidade da operação em tempos de insumos caros? Se você acompanha de perto o mercado de confinamento, já deve ter sentido o impacto no bolso.

A edição nº 94 do Informativo Mensal do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) traz uma análise detalhada dos custos de produção para o mês de março, destacando as variações significativas observadas nas propriedades representativas de São Paulo e Goiás.

Figura 1. Variação dos índices de custos de bovinos confinados entre março de 2024 a março de 2025.

O ICBC apresentou aumento no comparativo com o mês anterior, fevereiro, CSPm 8,3%, CSPg 7,9% e CGO 10,5%, como demonstrado no gráfico. Quando comparamos com março de 2024, os aumentos acumulados chegam a 40,5% em Goiás!

De março de 2024 a março de 2025, os aumentos foram de 38,1% (CSPm), 40,4% (CSPg) e 40,5% (CGO).

A pergunta que não quer calar: o que está por trás dessa escalada de custos e como podemos reverter essa situação?

A resposta é clara: a alimentação continua sendo o principal fator de impacto nos custos de produção. Em média, ela representa mais de 70% dos custos da diária-boi (CDB)!

“Os custos de alimentação representaram 72,9% (CSPm), 71,2% (CSPg) e 75,5% (CGO) dos custos da diária-boi (CDB).”

O milho e o sorgo lideram a lista, com aumentos significativos em São Paulo e Goiás.

Atenção! Não basta apenas comprar os insumos mais baratos. A chave para o sucesso está na eficiência nutricional da dieta.

Custo da diária-boi (CDB)

O CDB é um indicador crucial para avaliar a eficiência da sua operação. Afinal, ele representa o custo diário para manter um boi no confinamento. Em março de 2025, o CDB apresentou as seguintes variações:

Tabela 1. Comparativo dos custos da diária-boi (CDB) entre os meses de fevereiro e março de 2025.

Estratégia: Monitore de perto o seu CDB e compare-o com os dados do ICBC. Se o seu CDB estiver acima da média, é hora de acender o sinal de alerta e buscar alternativas para reduzir custos e aumentar a eficiência.

Custo da Arroba Produzida:

Ao analisar o custo de produção de bovinos confinados, o cenário é viável economicamente, já que os custos são inferiores aos preços de venda. Os custos da arroba produzida foram de R$292,70, R$294,75 e R$262,83, para CSPm, CSPg e CGO.

Os custos da arroba produzida aumentaram em 8,3%, 7,9% e 10,6% para CSPm, CSPg e CGO, respectivamente. Com os preços médios da arroba do boi gordo em R$ 309,14/@ (SP) e R$ 288,33/@ (GO), muitos confinadores podem estar operando no vermelho ou no mínimo com margens pequenas!

Estratégia chave:

Negocie com seus fornecedores, buscando melhores preços e prazos para a aquisição de animais. Além disso, avalie a possibilidade de produzir seus próprios bezerros, reduzindo a dependência do mercado ou adquirir reposição com procedência genética. Animais de boa qualidade, são mais eficientes no ganho e deixam mais rentabilidade.

Se você chegou até aqui, já percebeu que não existe mágica para garantir a rentabilidade do seu confinamento. A verdadeira “ferramenta milagrosa” é a gestão, baseada em dados precisos e decisões inteligentes.

O cenário de custos elevados exige uma postura proativa e estratégica por parte do pecuarista. Não espere a situação se agravar! Utilize as informações e estratégias apresentadas neste artigo para proteger sua rentabilidade e garantir o sucesso do seu confinamento.

Esse trabalho é feito a partir de projeto de extensão conduzido pela equipe dos Indicadores de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) da FMVZ USP. Louisi Manica; Julia Abrahão; Thayla Valim; Renata de Mori; MSc. Rolando Pasquini Neto; Dr. Gustavo Sartorello e; Prof. Dr. Augusto Gameiro.

E mudando de assunto, a demanda internacional segue com perspectiva de alta em 2025. Isso porque o USDA revisou, em abril, o consumo esperado de carne bovina no mundo e nos principais países consumidores e dos dados revelaram expectativa de alta. Aliás, a previsão do USDA é que a demanda aumente mais que a oferta de carne bovina no ano de 2025. Clique aqui e saiba mais! E não é apenas o consumo que deve aumentar em 2025. A exportação mundial de carne bovina também deve renovar a máxima em 2025. Clique aqui e confira os dados!

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