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Preço do boi gordo e o abate de fêmeas: compare os dados entre 2007 e 2024

O Farmnews comparou os dados que mostram a variação anual do preço do boi gordo e do abate de fêmeas entre 2007 e 2024.

Como mostram os dados da Figura abaixo, o abate oficial de fêmeas (vacas e novilhas) no Brasil foi recorde histórico em 2024, alcançando 16,90 milhões de cabeças, alta de 19,2% em relação ao ano anterior (14,18 milhões de cabeças). Apesar do recorde em 2024, o aumento do abate de fêmeas em 2024 foi menor do que o observado em 2023. Isso porque em 2023 o ritmo de abate de fêmeas cresceu 26,7% frente a 2022.

Nesse contexto de aumento do ritmo de abate de fêmeas é importante observar o ritmo recorde do abate de novilhas ao longo dos últimos anos, tema discutido pelo Farmnews (clique aqui).

A Figura ilustra a evolução anual do abate oficial de fêmeas no Brasil (vacas e novilhas), em milhões de cabeças, entre os anos de 2007 e 2024, segundo dados do IBGE.

Fonte: Dados do IBGE (elaborado por Farmnews)

O fato é que o ritmo da oferta de fêmeas tem uma relação direta com o comportamento de preço do boi gordo, uma vez que uma maior oferta de vacas e novilhas pressionam, para cima, a oferta total de bovinos, com consequente queda no preço do animal pronto para o abate.

E por falar em oferta total de bovinos, clique aqui e confira os dados anuais históricos do abate oficial de bovinos no Brasil.

Como mostram os dados da segunda Figura, em geral, nos anos em que a oferta de fêmeas aumenta, o preço do boi gordo cai, mostrando que quem “manda no preço do boi gordo é a vaca”. Pois é, esse é um termo muito comum no mercado do boi gordo, mostrando a importância do ciclo pecuário no preço do boi gordo, especialmente quando avaliamos os dados no longo prazo.

A Figura ilustra a evolução da variação anual abate oficial de fêmeas (vacas e novilhas) no Brasil (IBGE) e do preço anual nominal do boi gordo (Cepea), entre os anos de 2007 e 2024.

preço do boi gordo
Fonte: Dados do Cepea e IBGE (elaborado por Farmnews)

O aumento do abate de fêmeas desde 2022 teve com reflexo a queda no preço do boi gordo nos últimos anos

Além do forte aumento do ritmo de abate de fêmeas a partir de 2022 (Figura acima), é interessante observar que em nenhum período, ao longo da série iniciada em 2007, o ritmo de abate de fêmeas aumentou por mais de 3 anos consecutivos. Vale destacar que o abate de fêmeas no País cresceu entre 2022 e 2024, confirmando a forte expectativa de redução no abate de vacas e novilhas em 2025.

Pois é, a diminuição no abate de fêmeas deve refletir na alta do preço do boi gordo que, apesar da pressão negativa no início de 2025, já mostra sinais de recuperação e permanece cotado em patamares muito acima do praticado no mesmo período de 2024 (clique aqui).

E claro, aqui fica a reflexão, quão forte pode ser a alta do boi gordo no ciclo de valorização que se inicia, uma vez o abate de fêmeas alcançou patamares recordes nos últimos anos. Claro, a resposta depende de outros fatores, especialmente relacionados à demanda. Então vamos ficar atentos a exportação de carne bovina do Brasil (clique aqui) e ao consumo doméstico (clique aqui).

O Farmnews também atualizou os dados da relação de troca de bezerros por boi gordo nos meses de março, entre 2010 e a parcial de 2025. Clique aqui e saiba mais!

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!
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