Vendas de carne bovina no final de março: recuperação à vista?

As vendas de carne bovina desossada, tanto no varejo quanto no atacado, mostram sinais de recuperação, mas ainda não o suficiente para uma valorização dos preços.
No comparativo semanal, no mercado atacadista de carne com osso, a menor oferta da carcaça casada de vaca elevou seu preço em 1,4% (R$0,15/kg), cotada em R$18,75/kg. A cotação das demais carcaças caiu.
A carcaça casada do boi capão recuou 0,7%, sendo negociada a R$21,10/kg, enquanto a do boi inteiro caiu 1,3%, para R$19,10/kg. Já a carcaça da novilha regrediu 0,5%, cotada a R$19,45/kg.
Após um período de recuperação nas vendas, a semana apresentou desaceleração com a proximidade do final do mês, pressionando os preços, no entanto, ainda são consideradas razoáveis, o que pode contribuir para a manutenção da estabilidade – ou limitar um viés de baixa mais intenso – no curto prazo.
No segmento de carne sem osso, os cortes do dianteiro tiveram leve valorização de 0,2%, impulsionada pelo aumento nos preços do cupim (0,8%), peito (0,6%) e lombinho (0,4%). Os demais cortes mantiveram seus preços inalterados.
Por outro lado, os cortes do traseiro continuam pressionados (-0,5%), com destaque para as quedas da picanha B (-2,6%) e da picanha A (-2,1%). Como resultado, o preço médio dos cortes no atacado registrou retração de 0,4%.
No varejo, apenas o preço médio em Minas Gerais apresentou leve alta nos preços (0,1%), após semanas de estabilidade. Nos demais estados monitorados, a média de preços entre as cotações dos cortes caíram.
Em São Paulo, a retração foi de 0,2%, com destaque para a costela (-0,2%). No Paraná, a baixa foi de 0,1%, influenciada pela queda do filé mignon com cordão (-4,3%). No Rio de Janeiro, a queda foi de 0,5%, que, apesar da valorização expressiva da maminha (6,1%), 13 dos 21 cortes monitorados registraram recuo.
As vendas de carne bovina desossada apresentaram sinais de reação em relação às semanas anteriores no final de março, embora o ritmo ainda seja considerado de fraco a moderado, característico para o período.
No curto prazo, a expectativa é de preços que podem ir de estáveis à queda, com possibilidade de recuperação nas vendas – limitando o viés de baixa – a partir da entrada de abril e do recebimento dos salários.
Tabela. Preços médios dos cortes sem osso no mercado atacadista de São Paulo, em R$/kg.

Vale destacar que o preço futuro do boi gordo para outubro de 2025 voltou a máxima do vencimento no final de março, reforçando a expectativa otimista ao longo do ano. Clique aqui e saiba mais!
O investidor Pessoa Física, embora permaneça “vendido” na B3, diminuiu a exposição, na venda, pela segunda semana consecutiva na parcial de março (27), mostrando que a perspectiva, na visão do pecuarista, está também mais otimista (clique aqui). E ao contrário do investidor Pessoa Física que diminuiu o saldo na posição de venda, o investidor Pessoa Jurídica Não Financeira passou de “comprado” para “vendido” ao longo da última semana, entre os dias 20 e 27 de março.
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