Importância da China para o mercado de proteína animal brasileiro
Em 2019, a importância da China, que há anos se destaca como principal parceira comercial do Brasil para carnes, ganhou ainda mais relevância.
Com a menor produção de produtos suinícolas no mercado local (clique aqui), devido aos casos de Peste Suína Africana (PSA), os chineses estão ampliando suas importações de proteína animal, e o Brasil, que é um dos maiores produtores e exportadores de carne, tem se beneficiado deste contexto.
Aliás, clique nas respectivas proteínas e confira os aumentos da exportação de carne suína, bovina e de frango do Brasil em maio de 2019.
À medida que se aumenta o volume embarcado e o valor pago pelas carnes brasileiras, amplia-se também a relevância e a importância da China para o escoamento da produção brasileira.
Dessa forma, o anúncio feito recentemente pelo MAPA sobre a suspensão temporária das exportações de carne bovina à China, devido à ocorrência de um caso atípico de “vaca louca” em Mato Grosso, acendeu um sinal de alerta ao setor. Clique aqui e saiba mais do assunto!
A Rússia é um exemplo recente de como as exportações concentradas em um único destino podem ser prejudiciais quando o comércio entre o país importador e o exportador é suspenso face a algum evento sanitário ou político-econômico. Em novembro de 2017, o serviço veterinário e fitossanitário da Rússia anunciou a suspensão das importações de carnes suína e bovina oriundas do Brasil.
O fato é que o embargo às carnes do Brasil durou quase um ano. E, mesmo com a reabertura do mercado apenas no final de 2018, o volume importado pela Rússia diminuiu significativamente em relação ao que era antes do embargo.
E para comprovar esse efeito, clique aqui e confira a evolução histórica da importação de carne bovina do Brasil pela Rússia.
O contexto comercial envolvendo os chineses (problema de sanidade com o rebanho suinícola e as tensões comerciais com os Estados Unidos) é favorável para que o Brasil estreite relações com o país asiático. Ainda que esses fatores sanitários e políticos tenham caráter temporário, a gigantesca população do país faz deste um mercado estratégico para as indústrias que exportam alimentos, tornando atrativo o estabelecimento de relações visando ao longo prazo.
Clique aqui e confira o que o Brasil pode esperar da crise da crise de produção de suínos na China.
No entanto, os agentes brasileiros devem atentar-se ao fato de as exportações, principalmente as de carne bovina e suína, estarem concentradas no mercado asiático.
Clique aqui e confira a importância da China no mercado de exportação de carne bovina do Brasil, em números!
Quanto mais diversificadas as vendas, menores são as chances de o Brasil sofrer grandes impactos com diminuições/interrupções dos embarques para um único destino. Além disso, o governo chinês anunciou recentemente que fomentará a produção de carnes no país, bem como que incentivará a recomposição dos rebanhos de suínos. Assim, à medida que a oferta local de carne for se normalizando, a tendência é que esse impulso nas exportações brasileiras, decorrente da Peste Suína Africana (PSA), se dissipe. Clique aqui e saiba mais da Peste Suína Africana!
Dessa forma, é necessário o delineamento de estratégias para que o País mantenha uma relação comercial de longo prazo com a China e para que, ao mesmo tempo, seja ampliada a sua inserção em outros países.
Os negócios entre o Brasil e a China são, de fato, atrativos – e estão ainda mais atualmente –, mas a visão daqueles que atuam nas cadeias de carnes deve ser mais ampla, mirando na busca de um maior número de mercados consumidores.
Adaptado de Maristela Martins, pesquisadora do Cepea
Siga o Farmnews, o canal de notícias do agronegócio!