Política

Críticas negativas ao agro geram engajamento nas redes sociais: vamos mudar isso?

Infelizmente, essa é uma realidade que temos enfrentado há tempos: as críticas negativas ao agro geram engajamento nas redes sociais.

É um cenário antigo e, infelizmente, ainda muito comum. Só mudou os canais e, claro, a velocidade com que os ataques acontecem. No digital isso se propaga rápido e alcança muita gente, principalmente aquelas que nada sabem sobre o campo. E quando se utiliza impulsionamento de tráfego nas redes sociais, aí a coisa fica ainda pior. Utilizar o agro, distorcendo contextos e notícias para criar narrativas falsas, tem sido uma estratégia política recorrente para terceirizar responsabilidades e ocultar problemas reais.

Afinal de contas, o agro ainda é um setor que carece de um trabalho de comunicação e educação que combate a desinformação e também essas ações mal-intencionadas da mídia. Certamente que em todos os setores da economia há problemas e muito trabalho a ser feito e melhorado, o que inclui também pelos produtores rurais. Há muita coisa a ser melhorada, sem dúvida! Contudo, o foco aqui se refere às críticas negativas ao agro acontecem de modo intencionado e com propósito político ou para ocultar outras ineficiências que não estão relacionadas ao campo.

E o pior disso tudo é que para aqueles que desconhecem o trabalho no campo, as críticas negativas ao agro acabam virando verdade e, desconstruir um pensamento equivocado é muito mais trabalhoso.

E aqui vale destacar mais um exemplo de inúmeros outros qye poderiamos citar. O fato é que entre os dias 18 e 19 de fevereiro, vídeos de produtores descartando alimentos viralizaram nas redes sociais, gerando polêmica imediata. Segundo o portal G1, esses vídeos eram antigos e foram completamente tirados de contexto, fato reconhecido inclusive por um ministro, que admitiu publicamente o erro na interpretação das imagens. No entanto, alguns políticos aproveitaram essa situação para sugerir, de forma absurda, que produtores estariam descartando alimentos propositalmente para aumentar a inflação dos alimentos.

Vale lembrar que a inflação dos alimentos tem sido um dos principais vilões da impopularidade do governo, e tentar responsabilizar os produtores rurais por esse problema nada mais é do que uma clara tentativa de terceirizar responsabilidades e desviar o foco das reais causas do problema.

É preciso deixar claro: o produtor rural depende diretamente de sua produção para pagar dívidas, honrar compromissos financeiros e garantir seu sustento. Descartar alimentos deliberadamente seria, portanto, algo ilógico e contraproducente.

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O descarte, quando realmente ocorre, está relacionado a questões estruturais muito concretas, especialmente o custo do frete, um dos principais desafios do início de 2025. O gargalo logístico diante de nossa safra recorde pressiona os preços e prejudica a operação dos produtores rurais. Ao invés de buscar soluções reais para esse desafio, infelizmente vemos políticos terceirizando a responsabilidade da inflação dos alimentos ao setor produtivo.

Este é o tamanho do absurdo político que o agro enfrenta. Cabe ao setor reagir rapidamente, esclarecendo fatos e combatendo essas narrativas falsas, protegendo não apenas os produtores, mas também assegurando o crescimento sustentável e a segurança alimentar do país.

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E mudando de assunto, recentemente o assunto de taxar a exportação de carne bovina do Brasil veio à tona no governo. O fato é que embora seja uma medida aparentemente lógica, não traz resultados efetivos e gera impactos negativos para toda a cadeia produtiva no médio e longo prazo. Clique aqui e saiba mais!

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Ike Moraes

Especialista em Reputação Digital e Inteligência Política

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