Inovação

Você sabe onde está o dinheiro que sustenta as Agtechs no Brasil?

Sidney Regi destaca para as fontes de financiamento e onde, de fato, está o dinheiro que sustenta as Agtechs no Brasil.

O tema Agtechs no Brasil e seus desafios têm sido amplamente discutido no Farmnews por Sidnei Regi e Renato Seraphim. E aqui temos abordado os temas visando contribuir para uma jornada de conhecimento que contribua para aqueles que estão ou desejam entrar nesse fascinante, mas específico mundo do agronegócio.

Diversos temas têm sido discutidos, como:

  • Paradoxo das agtechs: se há tanto espaço para soluções inovadoras, por que tantas empresas não conseguem se estabelecer? Clique aqui e saiba mais!
  • Comunicação entre investidores e empreendedores: a falta de compreensão mútua entre empreendedores do agro e investidores é um dos principais desafios das Agtechs. Clique aqui!
  • Agronômo na era digital: o setor agrícola está em transformação e exige mudanças no perfil do agrônomo. E você sabe quais são elas? Clique aqui e confira!

A longevidade das Agtechs no Brasil depende, em grande parte, de sua capacidade de captar recursos nos momentos certos.

Isso porque sem capital, a inovação não decola — e no agro, essa necessidade é ainda mais sensível devido aos longos ciclos de adoção. As fontes mais comuns incluem:

  • Aceleradoras e Hubs de Inovação – São a porta de entrada para mentorias, conexões e rodadas de investimento semente. Muitas operam em ambientes ricos em conhecimento técnico, como Piracicaba-SP.
  • Venture Capital (VC) – Fundos especializados em Agtechs entendem os ciclos e riscos do agro, e tendem a apostar em negócios com tração comprovada e base tecnológica validada.
  • Iniciativas Governamentais e Editais Públicos – FINEP, BNDES, EMBRAPII e outras fontes não reembolsáveis são oportunidades relevantes para startups com foco em impacto social ou tecnológico.
  • Corporate Venture Capital (CVC) – Grandes players do setor investem em startups para acelerar sua transformação digital e garantir competitividade futura. Além do capital, oferecem acesso ao mercado e infraestrutura operacional.

2. Timing e Ciclos de Venda: A Temporalidade do Agro é Única

No agronegócio, o ciclo de venda raramente acompanha o ritmo acelerado das startups digitais. A realidade é outra:

  • Validação por Safra – O produtor rural costuma tomar decisões de adoção após observar os resultados de uma ou duas safras. Isso pode levar 12 a 24 meses.
  • Janelas Específicas de Compra – As decisões de aquisição de tecnologias são influenciadas pelos períodos de pré-plantio e pós-colheita, o que exige da startup um profundo alinhamento com o calendário agrícola.
  • Fluxo de Caixa Irregular – Como o faturamento é sazonal, o burn rate precisa estar ajustado ao cronograma de entrada de receitas.

Aliás, burn rate é a taxa com que uma startup consome seu capital disponível em um determinado período, geralmente mensal. Indica quanto dinheiro está sendo “queimado” para manter a operação antes de atingir a lucratividade. É um indicador essencial para planejar novas captações e evitar a quebra por falta de caixa.

Quem não entende isso, erra no planejamento, esgota o caixa e coloca em risco toda a operação.

3. Estratégias de Pitch: Falando a Língua do Investidor do Agro

Um pitch bem-sucedido vai além de números financeiros genéricos. No agro, é preciso construir uma narrativa que conecte:

  • Problema real do produtor + solução simples e eficaz + validação prática
  • Métricas específicas como hectares monitorados, aumento percentual de produtividade, ou redução comprovada no uso de insumos
  • Estratégia de entrada no mercado com pilotos bem estruturados, plano de expansão realista e burn rate controlado
  • Tese de saída clara (aquisição por grandes corporações, fusões estratégicas ou escalada internacional)

Mais do que vender uma ideia, o pitch precisa transmitir confiança, preparo e capacidade de execução.

4. Parcerias Estratégicas: O Caminho da Validação e da Escala

Parcerias com empresas do setor são decisivas para a sobrevivência e expansão de uma Agtech:

  • Validação Técnica e Comercial – Uma parceria com uma cooperativa ou indústria relevante permite testes em campo com credibilidade.
  • Acesso a Mercado e Escala – Levar a solução ao produtor via parceiros já posicionados no mercado encurta o ciclo de aquisição.
  • Redução de Custos e Riscos – Compartilhamento de infraestrutura, força comercial e equipe técnica.

Mas atenção: parcerias mal estruturadas, exclusividades prematuras e ausência de KPIs podem se transformar em armadilhas. Parceria boa é aquela que respeita a liberdade estratégica da startup enquanto fortalece o negócio de ambos os lados.

Quer se aprofundar? Este conteúdo está destrinchado com exemplos, dicas práticas e estudos de caso no meu livro:

“Por que as Agtechs Falham?”

Um livro indispensável para quem está criando, acelerando ou investindo em startups voltadas ao agronegócio.

Nele você vai descobrir:

  • Como se preparar para cada rodada de investimento
  • Quais os erros fatais na relação com investidores
  • Modelos de pitch que realmente funcionam no agro
  • Estratégias de parcerias com grandes corporações
  • Casos reais de agtechs que escalaram e outras que quebraram

Disponível na Editora UiClap https://loja.uiclap.com/titulo/ua87597

Leitura recomendada por investidores, hubs de inovação e aceleradoras do Brasil inteiro.

E mudando o assunto de Agtechs no Brasil, você já parou para pensar que o consumo consciente não é apenas mais um conceito bonito, mas uma realidade cada vez mais exigida pelo seu consumidor? Clique aqui e saiba mais!

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