A gestão de custos fará parte da rotina de análise do Farmews, em uma parceria com Ricardo Brumatti, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Pois é, o Farmnews até hoje foi focado na análise e tendência de preço do boi gordo e do bezerro, mas a partir de agora também vamos dar cada vez mais atenção ao custo e na gestão da operação, afinal de contas, preço alto não garante, necessariamente, margem mais alta.

O fato é que uma das poucas certezas que um produtor de gado de corte possui é que terá elevados gastos sem ter plena certeza do montante que receberá pelo seu produto.

Ainda que existam algumas ferramentas de comercialização, o principal objetivo do produtor, em termos econômicos, deve ser o controle, a gestão dos custos produtivos.

Dessa forma, torna-se imprescindível a utilização das mais diversas técnicas de gestão de custos disponíveis, desde a definição de um planejamento financeiro o mais próximo possível da sua realidade, a adoção de ferramentas de controle, a análise dos valores gastos diariamente e a implementação de ações corretivas ao identificar desperdícios e prejuízos.

Ao analisar os dados históricos recentes, divulgados pelo Beef Report, publicação conjunta da CNA e Abiec, para um cenário de Ciclo Completo, é possível determinar um padrão de gastos proporcionais, à medida que se evolui na produtividade da fazenda.

A Figura abaixo ilustra esse comportamento, sendo possível destacar 3 principais mudanças.

Fonte: Adaptado e compilado de BeefReport, ABIEC.

A primeira refere-se ao peso excessivo do componente “Depreciação” nos sistemas produtivos com menor uso de tecnologia. Esse componente, amplamente abordado em diversas análises, pode confundir o produtor, pois não se trata de um desembolso de caixa,  e depende de cálculos precisos por parte da contabilidade. No entanto, reflete o grau de obsolescência da produção e é um dos principais indicadores de que, no curto prazo, esse tipo de fazenda poderá deixar o sistema produtivo, migrando para outra atividade agrícola, ou optar por investir nas melhorias necessárias para alcançar patamares mais intensivos.

Os outros dois componentes dizem respeito aos custos com corretivos e fertilizantes, bem como os custos com a nutrição do rebanho. Em ambos os casos, há uma relação direta com a alimentação dos animais.

Esses componentes estão diretamente associados a uma maior produtividade, contudo, também implicam em um risco mais elevado, devido aos altos valores de desembolsos exigidos.

Conforme o produtor evolui em seu sistema produtivo e passa a adotar mais tecnologia alimentar em sua propriedade, deve preocupar-se com a eficiência desses produtos, além de garantir o treinamento e o aprimoramento do nível de conhecimento técnico de sua equipe de colaboradores.

Para completar o cenário dos itens imprescindíveis, cabe a análise dos gastos reprodutivos. Embora tenham menor impacto financeiro, tecnicamente a evolução genética do rebanho será crucial para os ganhos de eficiência que sistemas produtivos mais tecnificados exigem.

Em suma, conhecer seus números e indicadores técnico-econômicos é peça chave para prosperar no mercado brasileiro, enfrentando os desafios de oscilações na receita e pressões de mercado.

E mudando de assunto, a exportação de bovinos vivos do Brasil em janeiro de 2025 somou o equivalente a US$90,99 milhões, valor 355,2% acima do praticado no mesmo período de 2024 (US$19,99 milhões) e acima do recorde anterior, de 2014 (US$88,41 milhões). Além da perspectiva de recorde na exportação de carne bovina para um mês de fevereiro, em 2025 (clique aqui), a venda de bovinos vivos segue a todo vapor (clique aqui).

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