A pecuária de corte do Brasil e de seus concorrentes!
O Farmnews destaca artigo do Cepea sobre a importância da pecuária de corte do Brasil e de seus principais países concorrentes.
A crise ocorrida no mercado de pecuária de corte do Brasil em 2017, com a Carne Fraca (clique aqui) e o acordo de leniência da JBS (clique aqui) teve um efeito positivo. Isso porque ressaltou a importância da pecuária de corte do Brasil no mercado mundial de carne bovina.
A crise na pecuária nacional tornou ainda mais evidente que a carne bovina brasileira, além de ser estratégica para a cadeia e para a economia doméstica, é de extrema importância para a segurança alimentar mundial. Clique aqui e confira a participação da pecuária de corte do Brasil no mercado mundial de carne bovina.
O fato é que os principais produtores de carne bovina no mundo, Austrália, Índia, China, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Paraguai, enfrentam cada qual suas dificuldades produtivas, assim como possuem características distintas uns dos outros.
A Austrália passa, de tempos em tempos, ou de décadas em décadas, por problemas gravíssimos de seca, que reduzem o rebanho bovino, elevando os preços dos animais e, consequentemente, da carne. Vale destacar que a Austrália exporta 80% de sua produção, tendo grande importância no mercado global. Clique aqui e saiba mais da pecuária de corte australiana.
A Índia, por sua vez, tem problemas sanitários e religiosos com seu rebanho. A proibição do abate de fêmeas em algumas regiões do país prejudica a competitividade mundial, sem contar a falta de padronização e qualidade do rebanho.
A China tem um rebanho interessante, mas com um custo de produção altíssimo e um déficit entre produção e consumo, tornando o país um importador líquido de carne bovina. Diante disso, a China (junto a Hong Kong) foi destino de 40% de toda a carne bovina in natura exportada pelo Brasil no ano passado (clique aqui). Aliás, clique aqui e confira a evolução da produção de carne bovina na China.
Os norte-americanos, grandes concorrentes do Brasil, ainda que sejam os maiores produtores do mundo, se destacam também como os maiores importadores de carne. Os Estados Unidos vendem muita carne bovina a preços altos e compram muita carne mais barata (dianteiro) para parte do consumo doméstico, principalmente para a produção de hambúrgueres (clique aqui).
Quanto à América do Sul, apesar de a Argentina e do Uruguai produzirem gado e carne de alta qualidade e, no caso do último país, maiores taxas de crescimento, têm limites geográficos e de rebanho, sem contar os problemas políticos, no caso argentino.
Passada, ou ao menos amenizada, a crise da pecuária de corte do Brasil, o País se recoloca como um dos maiores produtores e principal fornecedor de carne bovina mundial.
Dados levantados pelo Cepea mostram aumento na produtividade média da pecuária nacional, tanto no sistema de produção extensiva como no de confinamento. No caso da atividade de cria, no início dos anos 2000, 100 vacas ocupavam, em média, 250 hectares e registravam taxa de desmame de 40%, produzindo um bezerro de cerca de 170 quilos. Já em 2017, ainda segundo dados do Cepea, 100 vacas passaram a ocupar menos espaço, de cerca de 150 hectares, e a produzir bezerros mais pesados, com média de 200 a 210 kg. Além disso, a taxa de desmame passou a ficar em torno de 65%.
O Farmnews apresenta alguns indicadores de produtividade históricos da pecuária de corte do Brasil. Clique aqui e confira!
Apesar desse avanço, quando comparados esses índices do sistema de cria com os demais países produtores, nota-se que o Brasil ainda tem um caminho de desafios pela frente, mas de muitas oportunidades.
Adaptado de Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea
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