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Preço do milho renova máxima e opera acima de R$80 por saca

O preço do milho renovou máxima em outubro de 2020 e opera acima de R$80,0 por saca pela primeira vez.

O indicador Cepea do milho (Campinas – SP) segue em alta consecutiva há 20 dias e, no dia, 27, atingiu R$81,48 por saca de 60 kg, recorde real da série histórica, iniciada em agosto de 2004 (os valores diários foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro de 2020).

No acumulado de 2020, o indicador do milho Cepea (Campinas – SP) acumula alta de 67,7%, em termos nominais. Na parcial de outubro (até dia 27), a média é de R$71,11 por saca, valor 45,6% superior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais.

A Figura a seguir ilustra a evolução diária dos preços do milho, em Reais por saca, segundo indicador Cepea, ao longo de 2020.

Fonte: Dados do Cepea (adaptado por Farmnews)

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso tem vindo principalmente da elevação dos valores nos portos – diante da maior paridade de exportação, por conta das valorizações internacionais e do dólar. Além disso, as aquecidas demandas doméstica e externa também influenciam os preços no Brasil. Atentos à baixa disponibilidade do cereal e aos possíveis impactos do clima sobre a próxima safra, vendedores limitam novas ofertas e sustentam o movimento de alta.

Muitos compradores consultados pelo Cepea já demostram dificuldades em encontrar novos lotes de milho no spot e também indicam ter margens comprometidas diante do atual preço. Com isso, no último dia 16, o governo anunciou a suspensão temporária das tarifas de importação de milho e também de soja. Contudo, ao avaliarem a viabilidade das importações, demandantes se esbarram nas dificuldades logísticas e no dólar elevado.

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Enquanto a importação é facilitada, o milho brasileiro segue atrativo ao mercado internacional, contexto quem mantém firme as exportações. Nos primeiros 16 dias úteis de outubro, a Secex aponta que foram embarcadas 4,3 milhões de toneladas do cereal. Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra que, no acumulado da parcial de outubro (até o dia 27), as cotações do cereal subiram 21% em Paranaguá (PR) e 19% em Santos (SP).

Os preços do milho estão em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, mas as valorizações mais intensas são verificadas nas consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina, devido a dificuldades em encontrar o cereal para negociar. Também há relatos de baixa disponibilidade de cereal no spot do Rio Grande do Sul, fazendo com que compradores busquem novos lotes de Mato Grosso do Sul, do Paraná e, até mesmo, de países vizinhos. No Paraná, apesar de a colheita da segunda safra ter sido finalizada há poucos dias, produtores consultados pelo Cepea limitam as ofertas e se concentram nos trabalhos de campo.

O mercado futuro do milho, na parcial de outubro (21), projeta preço do grão acima de R$82,0 por saca para março de 2021 (CCMH21). Clique aqui e saiba mais!

Quanto ao Centro-Oeste brasileiro, pesquisadores do Cepea indicam que a colheita foi elevada neste ano, mas produtores, aproveitando os altos preços, já comercializaram boa parte da produção, mantendo armazenado o volume restante, à espera de novas valorizações. No Nordeste, nem mesmo a colheita regional em estados como Sergipe limitou o avanço nas cotações.

O preço da arroba do boi gordo em outubro de 2020 alcança novo recorde histórico, superando pela primeira vez R$270,0. Clique aqui e confira!

Adapado do Cepea

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!

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