Suplementação de bovinos melhora produtividade durante a seca
A suplementação de bovinos é uma estratégia eficiente para manter o padrão nutricional dos animais e evitar prejuízos na atividade pecuária.
A ausência de chuvas limita a oferta de capins, interfere na qualidade da dieta bovina e reduz o desempenho produtivo do rebanho.
Bom, parece uma pergunta banal, mas é sempre bom ressaltarmos a importância da suplementação mineral para os animais. Principalmente animais que se alimentam exclusivamente de forrageiras, como os bovinos de corte no Brasil (clique aqui).
Estudos comprovam que na época das chuvas as pastagens bem manejadas são capazes de proporcionar boas condições de nutrição a rebanhos condicionados a uma dieta a pasto, requerendo apenas reposição mineral.
Já no período da seca, os níveis de proteína, energia e vitaminas ficam reduzidos na pastagem, implicando a necessidade da suplementação de bovinos por meio de estratégias alimentares capazes de suprir tanto deficiências qualitativas como quantitativas de nutrientes na forragem.
Conheça um pouco mais sobre tipos de suplementação de bovinos e veja qual se encaixa melhor ao seu sistema de produção (clique aqui e saiba mais).
Segundo o pesquisador da Embrapa, Maykel Sales, a seca afeta a capacidade de crescimento e o vigor do capim, torna a pastagem mais fibrosa e a forragem menos nutritiva.
“Nesse período, uma dieta restrita ao pasto geralmente resulta em perda de peso dos animais, queda na produtividade e na taxa de fertilidade do rebanho, além de aumentar a predisposição a doenças entre outros fatores que interferem na produção. As práticas suplementares permitem manter o gado bem alimentado, saudável e produtivo, independente da duração e intensidade da estiagem”, afirma.
Os pecuaristas que atuam na produção de carne podem fazer uso de tecnologias como a silagem e os sais proteinados como complemento à dieta bovina.
A primeira alternativa, mais recomendada para rebanhos de elevado padrão genético, consiste em triturar a planta inteira, com as espigas para armazenagem de forragem para uso nos meses de estiagem. Uma das culturas mais utilizadas para produção de silagem é o milho, devido à facilidade de cultivo, alto rendimento e qualidade da silagem produzida. Em algumas regiões, outras culturas, como sorgo, também podem ser viáveis.
Como o processo de produção de silagem envolve mecanização da terra para plantio da lavoura e muita mão-de-obra, da colheita ao fechamento do silo, o custo dessa estratégia de suplementação alimentar é elevado em relação a outras alternativas, mas o retorno compensa o investimento. “Quando bem feita, o seu valor nutritivo é bem superior ao da forragem verde, garantindo alimento de qualidade para o gado”, diz Sales.
Já os sais proteinados, indicados tanto para manutenção quanto para ganhos elevados de peso, a depender do nível de fornecimento e formulação, de modo geral, são enriquecidos com fontes de energia como milho e sorgo e de proteína, como os farelos de soja, algodão, trigo, entre outros e ureia.
Esse suplemento concentrado possui custo elevado, mas por ser fornecido em quantidades estratégicas e apresentar grande eficiência no ganho de peso dos animais compensa o investimento.
Independentemente do tipo de atividade, a adoção de práticas de suplementação de bovinos requer planejamento.
“É importante que o produtor planeje esse aporte alimentar com base na quantidade de animais a serem alimentados e considerando aspectos climáticos, características do solo, condições das pastagens e a necessidade nutricional do rebanho. Esses cuidados são essenciais para a adoção de métodos eficientes e viáveis economicamente”, ressalta o pesquisador.
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Adaptado de Diva Gonçalves, da Embrapa
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