Estratégias para a estação de monta. Em qual delas se encaixa?
O Farmnews apresenta o material da Embrapa de estratégias para a estação de monta!
Estamos no período de acasalamento e a primeira decisão a ser tomada é a de definir que estratégia utilizar para a estação de monta; se acasalamento natural ou a inseminação artificial?
O fato é que o produtor que quiser melhorar a eficiência de seu rebanho deve ter especial atenção a este momento.
A escolha de que estratégia para a estação de monta utilizar deve ser a melhor para a propriedade.
O sistema em que o touro permanece com as vacas o ano todo, mesmo sendo ultrapassado, ainda é o muito utilizado, porém não é o mais indicado pelos especialistas. Uma estação de monta sem definição dificulta os controles sanitários, produtivos e reprodutivos do rebanho e pode comprometer os resultados produtivos e econômicos.
O primeiro passo para quem deseja aumentar os índices zootécnicos da propriedade é, então, definir o período da estação de monta e determinar sua duração. Alguns ajustes devem ser feitos no rebanho para iniciar a estação de monta, como o de preparar os animais, tanto as vacas quanto os touros pra se obter melhores resultados.
É também comum, no Brasil, se definir duas estações de monta durante o ano, mas segundo especialistas esta estratégia não é indicada para todos e um dos motivos é porque os nascimentos ocorrem durante um longo período dificultando o manejo, além de incidências de doenças e parasitos nos bezerros que nascem na época das águas.
Para todo o Brasil a melhor época de iniciar a estação de monta é no início das chuvas. A pesquisadora da Embrapa, Alessandra Nicácio recomenda, para quem está iniciando a atividade, realizar uma estação de 6 meses – de outubro a março e nos anos seguintes reduzir em 15 dias no final, até atingir a duração ideal, de 3 meses entre outubro e janeiro.
O motivo em iniciar o período nas chuvas é porque nessa época o pasto é abundante e de melhor qualidade, o que é desejável para as vacas que precisam de boa nutrição no período pós-parto e de estabelecimento de nova gestação. Já com os nascimentos ocorrendo no período seco, a vantagem é a baixa incidência de doenças como a pneumonia e o ataque de carrapatos, bernes, vermes e moscas nesse período.
A escolha da estratégia depende do objetivo do produtor. Seguindo com cuidado as etapas da estratégia escolhida ambas podem dar bons resultados.
Se o objetivo do produtor é produzir bezerros e não necessariamente a melhoria genética do rebanho a monta natural é uma boa opção, aliás, é a mais utilizada pelos pecuaristas.
Já a inseminação artificial é para o produtor que pretende melhorar o padrão genético dos animais. Segundo Alessandra a técnica é eficiente e de custo acessível. Para a inseminação uma das dificuldades é detectar o cio das vacas, porém, hoje há meios de indução e sincronização do cio, técnicas essas que passaram a ser importantes na pecuária de corte, principalmente na criação extensiva.
Alessandra destaca a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como uma técnica eficiente de tratamento hormonal, pois não há necessidade de observar o cio. Clique aqui e veja alguns benefícios da IATF!
Além da IATF há outras tecnologias com a finalidade de melhorar a genética do rebanho estão disponíveis como a Transferência de embriões (TE) e a Produção in vitro de embriões (PIV).
Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de embriões in vitro. Existe a opção de congelar embriões para usar na estação de monta, mas vai depender do objetivo da propriedade sua utilização.
Primeiro é bom saber que quando se determina a duração da estação de monta, o rebanho fica mais homogêneo por conta da idade semelhante facilitando a engorda e venda dos animais.
E para quem utiliza touros, é bom lembrar que é importante submeter os animais ao exame andrológico. “Touro subférteis comprometem a fertilidade do rebanho ocasionando perdas de produção”, salienta Alessandra. Aliás, a vida reprodutiva de um touro é de 10 a 12 anos.
Quanto à vaca no período da monta ela deve estar bem nutrida e é aconselhável realizar um exame ginecológico antes da estação de monta nesses animais. Uma boa vaca deve produzir um bezerro por ano, o que significa dizer que é necessário que ela esteja prenhe até o 3° mês após o parto.
O descarte, segundo a pesquisadora Alessandra, deve ser feito se ela falhar uma ou duas vezes, ou a critério do médico-veterinário que assiste a fazenda. E as vacas de baixa habilidade materna que abandonam o bezerro e as vacas velhas também devem ser descartadas.
Aliás, qual o melhor momento de descartar as vacas de corte? O Farmnews discutiu o assunto. Clique aqui e saiba mais!
Adaptado de Eliana Cezar, da Embrapa
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