Caminhos para a segurança de produtos de origem animal
O setor pecuário brasileiro é estratégico para o país e para nossos consumidores mundo afora. Por consequência, a questão da segurança dos produtos de origem animal ganha cada vez mais destaque.
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A sanidade dos rebanhos e a segurança dos produtos de origem animal brasileiros são de relevância global, já que esses alimentos são responsáveis pela veiculação de patógenos para o homem, ocasionando as chamadas doenças transmitidas por alimentos (DTAs).
Somente no Brasil, numa população de mais de 200 milhões de habitantes, foram notificados, de 2007 a 2016, 6.632 surtos de DTAs que resultaram em 109 óbitos.
As instituições de pesquisa brasileiras, como a Embrapa, vêm contribuindo de forma efetiva com agências de defesa sanitária na construção de uma sólida estrutura de prevenção e controle para as principais enfermidades que acometem os rebanhos. Tanto aquelas que determinam prejuízos em produtividade, quanto as que podem levar a riscos para a saúde dos consumidores.
Em 2001, o MAPA instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose. Com foco neste programa, a Embrapa vem atuando principalmente no desenvolvimento de vacinas e métodos de diagnósticos para essas e outras enfermidades de grande impacto à pecuária brasileira.
Em brucelose temos avançado em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de vacinas de proteínas recombinantes e de DNA contra a brucelose, utilizando-se de adjuvantes modernos, visando além da eficácia vacinal, a segurança dos manipuladores e do próprio animal vacinado e, também, que seu uso não interfira nos testes diagnósticos oficiais.
Em tuberculose temos desenvolvido sistemas avançados de detecção massal utilizando proteínas recombinantes com alto grau de precisão diagnóstica. Os resultados preliminares são promissores.
No âmbito da inspeção industrial de produtos de origem animal, a Embrapa e seus parceiros vêm desenvolvendo métodos de detecção e classificação de patógenos de alta relevância para a cadeia da pecuária bovina de corte, tais como Brucella, Mycobacterium, Salmonella e Escherichia coli em produtos lácteos e cárneos.
A vantagem desses métodos sobre os convencionais está na facilidade, rapidez e segurança nos resultados, uma vez que, os produtos de origem animal geralmente possuem uma vida de prateleira curta.
A identificação precisa e rápida de patógenos pode diminuir a perda econômica com alimentos retidos e recolhidos, além de implicar em uma melhor qualidade da carne bovina, reduzindo os riscos de infecções humanas por origem do alimento.
Com o Laboratório Multiusuário de Biossegurança para a Pecuária (BIOPEC), localizado na Embrapa Gado de Corte, pretende-se ampliar essas pesquisas incluindo patógenos de alto risco biológico, especialmente os exóticos e aqueles de fácil dispersão, que possam por em risco a saúde dos rebanhos e a saúde pública nacional.
O BIOPEC também permitirá a manipulação de príons causadores de encefalopatias espongiformes (vaca-louca e scrapie), de acordo com novas normas de biossegurança, e com as normas técnicas atuais.
Adaptado de Lucimara Chiari, da Embrapa Gado de Corte.
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