No Brasil, onde a segunda safra (safrinha) é comum após a soja ou o milho, a Carinata surge como uma opção promissora.
A Carinata, também conhecida como mostarda etíope (Brassica carinata), é uma planta oleaginosa não comestível da família Brassicaceae, semelhante a canola e ao repolho. Ela é cultivada especificamente para a produção de óleo, que serve como matéria-prima para biocombustíveis, incluindo o Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Diferente de culturas alimentares, a Carinata é uma solução “drop-in” que não compete com a produção de alimentos, sendo plantada como cultura de cobertura entre rotações principais de grãos. Essa característica a torna ideal para regiões agrícolas intensivas, como o Brasil, onde pode ser integrada ao sistema de plantio direto.
A planta produz sementes ricas em óleo, que podem ser processadas em instalações padrão de esmagamento de oleaginosas, além disso, ela oferece benefícios ambientais, como redução de erosão do solo, supressão de ervas daninhas e melhoria da qualidade do solo ao adicionar biomassa em até 9.000 libras por acre.
Mas o que é o SAF?
O SAF, ou Sustainable Aviation Fuel, é um combustível alternativo para aviação produzido a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais não alimentares, resíduos e outras biomassas sustentáveis. Ele pode reduzir as emissões de carbono em até 80% ao longo do ciclo de vida em comparação com o querosene convencional de origem fóssil. Como um combustível “drop-in”, o SAF é compatível com as aeronaves existentes, sem necessidade de modificações na infraestrutura.
Os benefícios vão além do ambiental: ele promove a descarbonização da aviação, um setor responsável por cerca de 2-3% das emissões globais de CO2. No contexto global, o SAF é visto como a ferramenta mais imediata para mitigar o impacto climático da aviação, com potencial para redução de 100% no futuro. A Carinata se destaca como matéria-prima porque seu óleo é refinado para produzir SAF de baixa intensidade de carbono, contribuindo para metas de sustentabilidade.
Somando um o total aproximado de aeronaves no mundo, temos cerca de 533.000 unidades, incluindo aviões comerciais, militares e de aviação geral. A demanda de crescimento projetado para os próximos anos será bem expressiva, o qual será impulsionado pela demanda comercial e sempre com foco em inovabilidade, expandir, porém, com a tecnologia de baixo carbono. Olha aí as grandes oportunidades para agro brasileiro!
Oportunidades para o produtor e no impulsionamento da agroindustrialização brasileira
No Brasil, onde a segunda safra (safrinha) é comum após a soja ou o milho, a Carinata surge como uma opção promissora. Essa cultura pode ser plantada como safra de inverno ou cobertura, aproveitando janelas climáticas favoráveis em regiões como o Centro-Oeste e o Sul.
Para os produtores, isso representa uma chance de gerar renda adicional em terras que ficariam ociosas, porém não descartando que a produção se torne principal com o aumento da demanda por exemplo para o SAF. Estudos indicam que a Carinata pode ser double-cropped com sorgo ou soja sem afetar os rendimentos, aumentando a produtividade por hectare. Além disso, como cultura de cobertura, ela reduz o lixiviamento de nutrientes e a erosão, beneficiando o solo para a safra principal, e solo rico, é solo finito!
Diversificação de culturas e gerando valor agregado
A adoção da Carinata incentiva a diversificação de culturas, reduzindo a dependência de commodities tradicionais como soja e milho. Em um cenário de volatilidade de preços e mudanças climáticas, incorporar culturas de valor agregado como essa é estratégico. O óleo da Carinata não só alimenta a cadeia de SAF, mas também pode gerar co-produtos de alto valor, como farelo para ração animal ou químicos renováveis.
Isso eleva o valor agregado da produção agrícola, alinhando-se a demandas globais por sustentabilidade. A cultivo da Carinata se conecta diretamente ao ciclo positivo da economia verde, criando um loop virtuoso onde a produção sustentável reduz emissões de carbono, melhora a resiliência do solo e atrai investimentos em tecnologias limpas, fomentando crescimento econômico inclusivo, geração de empregos rurais e maior eficiência de recursos, o que por sua vez incentiva mais adoções de práticas ecológicas e fortalece a transição para uma economia de baixo carbono. Produtores podem acessar mercados premium, como contratos com empresas de biocombustíveis, e contribuir para certificações ambientais, abrindo portas para incentivos governamentais, priorizando sempre seu retorno financeiro!
Analisando os de custos e viabilidade econômica
É essencial para o produtor avaliar os custos de forma mais detalhada para investir nessa nova cultura e considerando dados específicos do contexto brasileiro. Nos EUA, por exemplo, o preço da semente de Carinata é de cerca de US$550 por saca de 50 libras, com taxa de semeadura recomendada de 4-5 libras por acre. O preço de venda das sementes pode variar de US$440,9 por tonelada, dependendo do contrato. No Brasil, os dados emergentes mostram custos de produção variando entre 12 e 14 sacas por hectare, com produtividade média de 25 sacas por hectare na última safra, resultando em um custo médio de 18 sacas para cobrir despesas. Em áreas irrigadas, a produtividade pode alcançar até 38,63 sacas por hectare, melhorando significativamente a margem de lucro. Comparações com a soja indicam custos de produção em torno de R$13,2 por saca (baseado em 60 sacas por hectare), mas a Carinata oferece vantagens em solos menos férteis e como cultura de entressafra, com expansão projetada de 10 mil toneladas em 2024 para 100 mil toneladas em 2025.
Para o SAF derivado de Carinata, o preço de equilíbrio varia de US$0,12 a US$1,28 por litro, considerando créditos de co-produtos. Esses números sugerem viabilidade econômica robusta, especialmente com subsídios para biocombustíveis sustentáveis e o potencial de contratos de produção 100% garantidos pela indústria. Produtores devem considerar retornos potenciais superiores a culturas tradicionais em cenários de baixa produtividade na safrinha, incentivando a exploração de novas oportunidades.
Além disso, é crucial destacar a importância de beneficiar o grão localmente para produzir o SAF no Brasil, em vez de exportar a matéria-prima crua.
Atualmente, grande parte da produção de Carinata é exportada para processamento no exterior, como para a França, limitando o valor agregado capturado internamente.
Ao investir na agroindustrialização interna, o país pode transformar a Carinata em SAF aqui mesmo, impulsionando a cadeia de valor agroindustrial. Isso gera empregos no processamento de oleaginosas, promove o desenvolvimento rural e aumenta as exportações de produtos de alto valor, como combustíveis sustentáveis. A capacidade de processamento de oleaginosas no Brasil já supera 72 milhões de toneladas anuais, com crescimento no Centro-Oeste, o que facilita a integração da Carinata em instalações existentes. Essa abordagem não só agrega valor à agricultura, mas também alinha o setor com metas de sustentabilidade, reduzindo emissões e fomentando inovação, posicionando o Brasil como líder global na produção de SAF a partir de fontes renováveis. E o mais importante, elevando a lucratividade para os produtores!
Diversificação é ótimo, mas escolher a cultura parceira é essencial
A Carinata representa uma ponte entre agricultura tradicional e economia verde, oferecendo aos produtores brasileiros uma forma de diversificar e agregar valor à sua produção. Com testes em andamento e potencial de expansão, é hora de avaliar essa cultura como parte do portfólio agrícola. Para mais informações detalhadas sobre cultivares adaptadas, técnicas de manejo e programas de incentivo governamentais, consulte fontes especializadas como o Embrapa. E o mais importante produtor, busque consultorias técnicas do agro que realizem o planejamento estratégico da safra ou migração de culturas em uma visão de médio a longo prazo, alinhando visão de mercado e macroeconômica, o planejamento é o fator mais importante para a perenidade dos negócios!
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