O consumo de carne bovina segue aquém do esperado para o período do mês. O recebimento dos salários ainda não movimentou as compras, pressionando os preços.
Apesar da expectativa de melhora nas vendas com o início do mês, devido ao pagamento no quinto dia útil, o consumo de carne bovina doméstico ficou aquém do esperado para o período.
Mesmo com as exportações aquecidas, os preços, após algumas semanas de ajustes positivos, seguiram o comportamento do mercado interno e recuaram na maioria dos segmentos da carne bovina na semana.
No atacado de carne com osso, a carcaça casada do boi castrado registrou queda de 2,8%, sendo negociada em R$20,65/kg. A do boi inteiro também caiu 2,8%, cotada em R$19,20/kg. Para a carcaça da vaca, o recuo foi de 1,8%, comercializada em R$18,65/kg. Já a carcaça da novilha teve queda de 2,5%, apregoada em R$19,15/kg.
Após algumas semanas de alta no segmento de carne sem osso, a cotação média caiu 0,6% na semana.
Os cortes do traseiro recuaram, em média, 0,7% – 14 dos 16 cortes dessa categoria apresentaram queda, com destaque para o filé mignon, que teve a maior variação negativa, de 1,4%. Os cortes do dianteiro registraram queda de 0,4%, sendo o acém o mais afetado, com recuo de 0,9%.
No mercado varejista, em São Paulo, pela segunda semana consecutiva, o preço médio permaneceu estável. Ainda assim, alguns cortes apresentaram variações significativas, como a costela, com alta de 3,2%, e a fraldinha, com queda de 2,3%.
Já no Rio de Janeiro e no Paraná, os preços apresentaram recuo. No Rio de Janeiro, a cotação média caiu 0,7%, com destaque para a picanha maturada que caiu 4,7%, seguida da fraldinha que caiu 3,2%. No entanto, grande parte dos cortes apresentaram estabilidade em relação à semana anterior.
A queda no Paraná foi de 0,4% na cotação média, sustentada por recuos de 4,4% para o coxão mole, seguida do contrafilé, que caiu 3,8% e da picanha com recuo de 3,5%.
Minas Gerais, em contrapartida, apresentou ajuste positivo de 0,2%. Apesar da maioria dos cortes apresentarem estabilidade, essa alta foi sustentada pelo aumento na cotação de 3,0% para a picanha maturada e de 2,6% para a paleta.
No curto prazo, ainda se espera uma melhora nas vendas, o que pode ser percebido na próxima semana, uma vez que parte dos consumidores receberam o pagamento apenas no início desta semana, não refletindo assim, no consumo.
E ao contrário do consumo de carne bovina no mercado doméstico, em ritmo lento, a exportação do produto brasileiro caminha para novo recorde em julho. Isso porque os dados parciais da primeira semana de julho subiram frente a julho de 2024 (clique aqui).
A Tabela apresenta os dados do preço médio dos cortes no atacado, em julho, média até o dia 10 e, a respectiva variação semanal, mensal e anual.

A tarifa dos EUA sobre os produtos importados do Brasil tem ganhado repercussão, não apenas devido ao impacto nas vendas, mas também na compra de insumos. Isso porque além de um importante mercado consumidor de produtos do agro brasileiro, especialmente de produtos florestais, café, carne bovina, sucos como destacamos (clique aqui), os EUA igualmente vendem insumos agrícolas para o Brasil, como fertilizantes.
E o mercado de fertilizantes que já vinha em alta e volátil, especialmente após o conflito no Irã (clique aqui), pode ganhar mais um componente de valorização. Caso o Brasil aplique o mecanismo de reciprocidade, os fertilizantes importados dos EUA pelo Brasil devem subir, já que igualmente receberão uma tarifa de 50% quando entrarem no País. Clique aqui!
E mudando de assunto, o preço futuro do boi gordo para outubro caiu para o menor patamar desde fevereiro em julho (10), reflexo da tarifa aplicada pelos EUA aos produtos importados do Brasil. Clique aqui e saiba mais!
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