As polêmicas envolvendo a produção de etanol de milho no Brasil
A produção de etanol de milho tem gerado discussões sobre sua viabilidade econômica e ambiental no país.
No 5º Fórum de Agricultura da América do Sul a produção de etanol de milho, tema que tem gerado discussões sobre sua viabilidade econômica e ambiental, esteve em pauta.
A questão é polêmica e começa pela crença de que a produção de etanol de milho poderá afetar a produção de alimento.
O fato é que existe espaço para os dois tipos de cultivo: “Não existe competição, pois temos áreas suficientes para continuar e até aumentar a produção de alimentos e ampliar para a produção de etanol”, ponderou Antônio Álvaro Purcino, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo e um dos palestrantes do evento .
É importante lembrar que a área agrícola com cana-de-açúcar, milho e soja aumentou em 106,8% em 25 anos no Brasil. E vale destacar que apesar da área agrícola dessas culturas aumentar 106,8%, no mesmo período, a quantidade produzida cresceu 197,4% (clique aqui e saiba mais do uso das terras agrícolas no Brasil).
No entanto, o etanol de milho precisa ter maior valor agregado, porque tem um custo mais elevado.
Segundo as usinas, este tipo de produção é economicamente viável para valores da saca abaixo de R$20,00, e hoje isso só acontece no Mato Grosso. “Para viabilizar estas usinas, a saída é adotar o conceito de ‘multiproduto’, com a produção conjugada de DDG (nutrição animal), óleo, entre outros”, explica Antônio Álvaro.
Outro ponto sensível é o mercado para o etanol, que não é considerado uma commodity, e as importações mundiais estão em declínio. Uma das objeções vem da Europa, em especial por causa da pegada de carbono deste tipo de combustível.
O importante, então, é analisar qual é a janela de oportunidade para o etanol de milho. “Acredito que ainda temos de duas a três décadas para os combustíveis líquidos, incluindo a gasolina. Depois, falaremos em outros tipos de combustível. Então, este tempo de 20 a 30 anos ainda é a janela de oportunidade para o etanol de milho, para a qual temos desafios científicos em que instituições de pesquisa como a Embrapa estão trabalhando”, explica.
Um dos desafios é da produtividade. Enquanto em muitos estados do Centro-Sul a produtividade média ultrapassa 6 ton./ha, no Nordeste fica em 2 ton./ha.
Vale destacar que o Farmnews apresentou dados sobre as áreas potenciais de expansão agrícola no Brasil e no mundo. Clique aqui para acessar o artigo!