Intensificar para mitigar os gases de efeito estufa!
Nossa parceira da Scot Consultoria, Maria Eduarda Hernandez destaca a importância de intensificar para mitigar os gases de efeito estufa!
Afinal, a agropecuária brasileira é parte do problema ou parte da solução quando o assunto são os Gases de Efeito Estuda (GEE)?
A mudança climática é uma das mais graves ameaças ambientais contemporâneas, com o agronegócio desempenhando um papel significativo e de dicotomia, protagonizando um vilão benevolente – ou um herói que comete erros necessários – atuando como agente de emissão e como um componente na busca por soluções, já que a intensificação da produção do agronegócio brasileiro contribui para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico global.
Estima-se que o Brasil seja responsável por 3% das emissões anuais globais de gases de efeito estufa “GEE”, dessa porcentagem, 27% são oriundos da agropecuária. Os gases emitidos em maior fluxo são: o dióxido de carbono (CO2), os gases fluorados (F-gases), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
As principais fontes de emissão incluem o CO2, procedente de queimadas, queima de combustíveis fosseis e decomposição de matéria orgânica; o N2O, procedente da adubação mineral nitrogenada e o CH4, proveniente da atividade dos micro-organismos entéricos dos ruminantes.
Nesse contexto desafiador, as principais estratégias para a diminuição da participação da bovinocultura na emissão de gases de efeito estufa consistem em: melhoria dos índices reprodutivos e produtivos (redução da idade ao abate, da idade ao primeiro parto e do intervalo entre partos), redução da quantidade de bovinos para reposição, seleção de bovinos com melhor CAR (consumo alimentar residual), formulação de dietas melhoradas, otimização da oferta de água de qualidade, melhoria do manejo dos bovinos e das pastagens, além da sanidade animal.
A intensificação, além de mitigar os gases de efeito estufa, contribui para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico global.
Trocando em miúdos, quanto maior o desempenho do bovino, menor é o tempo da permanência no sistema, o que reduziria a emissão de metano, com ciclos de vida melhor aproveitáveis; quanto melhor o desempenho da fêmea, maior a chance de concepção em idade precoce, o que também reduziria o rebanho de novilhas em fase de recria, que seriam a reposição das vacas de cria descartadas. Além dessa alternativa, tem-se a intensificação dos sistemas, com melhoria nas pastagens e implantação de sistemas rotativos, de semiconfinamento e confinamento.
As medidas adotadas para um melhor desempenho animal e das pastagens, são bem-vistas pela ótica sustentável e embasadas em políticas públicas, com a colaboração da iniciativa privada.
Dentre essas práticas, destacam-se o Programa Nacional de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos – Metano Zero, com o intuito de aproveitar os resíduos orgânicos urbanos e agrícolas como fontes de biogás e biometano; e o “Plano ABC”, Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, promovendo o plantio direto, a recuperação das pastagens degradas, comercialização de créditos de carbono e ademais, a adoção de sistemas integrativos, como o sistema “Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta”, que mantém as emissões estáveis, capturam carbono da atmosfera e auxiliam no conforto térmico.
Dessa forma, associando as técnicas, conciliando as demandas ambientais e produtivas, dialogando com todos os setores; o setor agropecuário brasileiro tem caráter melhorador, capaz de mitigar as emissões de GEE, apesar dos os desafios territoriais e a responsabilidade de “produzir sem agredir”, permitindo a segurança alimentar global e garantindo um futuro com mais sustentabilidade.
E mudando de assunto, vale lembrar que o abate de bovinos no 2º trimestre de 2024 foi recorde histórico, alcançando 9,94 milhões de cabeças, dados oficiais. Clique aqui e confira os números desde 2010! Nos primeiros 6 meses de 2024 a quantidade oficial de bovinos abatidos no País foi de 19,24 milhões de cabeças, alta de 20,9% frente ao mesmo período de 2023 (15,92 milhões de cabeças) e novo recorde para uma primeira metade de ano.
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