Perspectiva do mercado do boi gordo para 2020
O setor pecuário nacional inicia 2020 com perspectivas de que o mercado do boi gordo siga firme.
De acordo com pesquisadores do Cepea, o fundamento vem da baixa oferta de animais para o abate e da possível continuidade da demanda internacional aquecida.
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Nesse sentido, em 2020, a pecuária nacional vai ter que responder com aumento de produtividade para conseguir atender à crescente demanda por novos lotes para abate.
No geral, o cenário econômico brasileiro é favorável. O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central no encerramento de dezembro, prevê crescimento de 2,3% da economia brasileira em 2020. Além disso, estimativas indicam inflação controlada e taxa de juros baixa, contexto que pode atrair novos investimentos na produção e estimular a demanda.
E por falar no mercado do boi gordo, clique aqui e confira os dados de preços da arroba, em valores nominais e corrigidos ao longo dos últimos 10 anos, segundo dados do indicador Cepea.
Do lado da oferta, a disponibilidade de animais está baixa em todas regiões acompanhadas pelo Cepea. De modo geral, esse cenário é resultado do crescente abate de fêmeas em anos recentes. Além disso, os preços considerados baixos por operadores de mercado entre 2017 e início de 2019 também desestimularam parte dos pecuaristas, o que freou o ritmo de investimentos nos últimos anos. Nesse sentido, os preços do bezerro devem continuar firmes ao longo dos próximos dois anos.
Quanto à procura, pesquisadores do Cepea indicam que a esperada melhora da economia tende a elevar a demanda por carne bovina. Ressalta-se, contudo, que o atual alto patamar dessa proteína pode fazer com que parte dos demandantes migre para proteínas mais competitivas, como a suína e a de frango.
Já no contexto internacional, os persistentes casos de Peste Suína Africada (PSA) na China podem manter o país asiático comprando volumes elevados de carne bovina brasileira. Clique aqui e confira os dados de compra de carne bovina do Brasil pela China em 2019.
O alto patamar do dólar, por sua vez, deve continuar estimulando frigoríficos exportadores a realizarem novos contratos externos. Ressalta-se que, em novembro de 2019, novas plantas frigoríficas brasileiras foram habilitadas para exportar carne à China (clique aqui) e, para 2020, há possibilidade de abertura de novos mercados, como a Indonésia.
Assim, agentes do setor acreditam que os embarques brasileiros de carne bovina sigam acima de 100 mil toneladas por mês, cenário que tem sido verificado desde julho de 2018, conforme dados da Secex.
Vale destacar também que as perspectivas são de aumento nos custos de produção da pecuária de corte em 2020. O principal motivo é a baixa oferta de animais de reposição e sua consequente valorização – vale lembrar que esse item chega a representar mais da metade dos gastos dentro da fazenda de recria. Somado a isso, os fundamentos atuais indicam sustentação nos preços do milho, que estão mais elevados no mercado domésticos, devido, entre outros fatores, às exportações recordes desse cereal em 2019.
Adaptado do Cepea
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