Por que manejar o nitrogênio na produção de bovinos?
Pesquisa do LAE/USP, Vanessa Rezende, destaca a importância de manejar o nitrogênio na produção de bovinos!
O nitrogênio, quando mal manejado pode se tornar um potencial poluidor do ambiente. Na produção animal o manejo inadequado da dieta, principalmente nos teores de proteína bruta, e o manejo de dejetos são os grandes impactantes para o aumento dos teores de nitrogênio no solo e cursos d’água.
Um estudo realizado por Skibba e Rees (2014), ressalta as contribuições da agropecuária nas emissões de óxido nitroso no ano de 2006, a produção animal é a maior fonte de emissões, dentre as relacionadas diretamente com o animal e o solo, conforme pode ser observado no gráfico abaixo:
Em ruminantes, os compostos nitrogenados são essenciais para manutenção do metabolismo proteico do animal e dos microrganismos presentes no rúmen. O nitrogênio é responsável pelo crescimento microbiano, aumento da eficiência da digestão, principalmente de fibras de baixa qualidade. Quando há excessos de proteína na dieta, ela é convertida em amônia, que é absorvida pelo organismo e excretada na forma de ureia pela urina.
Na produção de ruminantes, os sistemas a pasto se mostram mais eficientes na reciclagem de nitrogênio, porque as fezes e a urina podem ser uma fonte nitrogenada para as pastagens. Mas os produtores devem ficar atentos ao acúmulo de dejetos em pequenas áreas, muito comum de acontecer principalmente ao redor de bebedouros e cochos de alimentação presentes em sistemas semi-intensivos.
Para animais confinados, é necessário um cuidado maior no manejo de dejetos, devido ao acúmulo de grandes quantidades em pequenas áreas. Além do manejo de retirada do esterco, deve-se atentar para estocagem deste esterco em local apropriado e sua aplicação no solo.
Em fazendas leiteiras, a quantidade de dejetos é superior a observada em fazendas de gado de corte. Este dejeto é rico em fósforo e nitrogênio, além de ter um alto teor de água, devido a lavagem das instalações. Programas de manejo de dejetos líquidos devem ser implantados na propriedade, com intuito de diminuir a emissão deste no solo e em cursos d’água.
A dieta, focando na nutrição de precisão, ou seja, adequar os níveis de nutrientes de acordo com a categoria animal e estágio fisiológico, é uma das principais medidas para redução da emissão de nitrogênio para o ambiente. Para isso, os teores de proteínas devem ser ajustados aos níveis de exigência de aminoácidos essenciais, de acordo com o potencial produtivo do animal. A manipulação dietética pode reduzir em até 11% na excreção de nitrogênio por hectare.
A preocupação com os teores de nitrogênio excretados não abrange apenas a questão ambiental, mas também a eficiência produtiva da fazenda, já que os componentes proteicos são considerados os de maior custo na dieta do animal.
E por falar em questões ambientais, você sabia que o desperdício de alimentos polui mais o ambiente que o agronegócio? Pois é, clique aqui e saiba mais do assunto!
E por falar no manejo do nitrogênio na produção de bovinos, Vanessa Rezende, já destacou no Farmnews sobre a importância e os desafios do uso do nitrogênio na agropecuária. Clique aqui e confira!
Vanessa Theodoro Rezende é Médica Veterinária, professora no Centro Universitário de Caratinga e Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal pela FMVZ/USP.
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