Preço do milho e da soja deve seguir firme em 2021
Apesar da expectativa de produção recorde, preço do milho e da soja deve seguir firme em 2021.
Os baixos estoques, a demanda firme e as incertezas quanto ao tamanho da oferta da temporada 2020/21 devem manter os preços internos do milho em patamares acima da média em 2021, segundo expectativa do Cepea.
Em 2020 o preço do milho acumulou alta de 62,4% entre o início e o fim do ano, variando de R$48,43 por saca a R$78,65 por saca.
De acordo com o Cepea, as lavouras brasileiras da primeira safra foram prejudicadas pelo clima seco, principalmente no Sul do País. Para a segunda safra, o cultivo mais lento e tardio da soja, comparativamente a anos anteriores, traz temores sobre como será a semeadura de milho e se haverá impactos na produtividade. Com isso, a temporada 2020/21 deve se iniciar com incertezas em torno da oferta do cereal – por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção recorde no Brasil e no mundo.
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A demanda, por sua vez, deve continuar aquecida nos mercados doméstico e internacional. No Brasil, o consumo segue crescente, refletindo o maior interesse do setor pecuário e também de novas usinas de etanol de milho no Centro-Oeste. As exportações devem ser favorecidas pelo dólar valorizado e pela alta nas cotações internacionais. A comercialização antecipada, especialmente para exportação, tende a restringir a oferta no spot nos próximos meses, podendo acirrar a disputa pelo produto.
O Farmnews apresenta os dados do preço anual do milho e da soja em 10 anos, de 2011 a 2020. Clique aqui e confira!
Assim como para o milho, a expectativa para a soja é de produção recorde no Brasil, estimada em 134,5 milhões de toneladas pela Conab (+7,7%) e em 133 milhões de toneladas pelo USDA (+5,6%). Ainda assim, a relação estoque/consumo final pode ser a menor das últimas nove temporadas, podendo dar sustentação aos preços domésticos de soja e derivados no decorrer de 2021.
Em 2020 o preço da soja (Cepea, Paranaguá-PR) acumulou alta de 74,7% entre o início e o fim do ano, variando de R$88,08 por saca a R$153,90 por saca.
Isso porque, em 2020, sojicultores aproveitaram os altos patamares de preços e negociaram mais da metade da safra 20/21, segundo pesquisas realizadas pelo Cepea. Também há expectativas de aumento na demanda doméstica, especialmente por parte do setor pecuário, no caso do farelo de soja. Além disso, a procura por óleo de soja para a produção de biodiesel deve seguir elevada, desafiando indústrias do setor alimentício quanto ao abastecimento do coproduto.
Vale destacar que, pela primeira vez, o consumo industrial brasileiro de óleo de soja (3,9 milhões de toneladas) deve superar o uso alimentício (3,8 milhões de toneladas). Apesar das perspectivas positivas, é importante ressaltar que o maior custo operacional das aquisições de insumos – especialmente de fertilizantes – pode limitar as margens do produtor em 2021. Além disso, as exportações podem se desacelerar, visto que a China deve adquirir maior parcela de soja dos Estados Unidos, motivada pelo acordo comercial entre ambos os países.
Adaptado do Cepea
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