O preço futuro do boi gordo mostrou leve recuperação em julho (11), após a forte queda da véspera em reação a tarifa dos EUA aos produtos importados do Brasil.
O mercado futuro do boi gordo para outubro, por exemplo, voltou a se aproximar da mínima para o vencimento em julho, ainda mais pressionado com a tarifa dos EUA sobre os produtos importados do Brasil (clique aqui).
O Farmnews inclusive apresentou dados que mostram a importância dos EUA para o mercado de exportação de produtos do agronegócio do Brasil e os setores que devem ser mais impactados com a tarifa. Clique aqui e confia!
Apesar do forte componente especulativo, com consequente queda exagerada no mercado futuro do boi gordo (ao nosso entender) no dia seguinte da divulgação do “tarifaço”, a maior pressão negativa no preço esperado do boi gordo foi, em partes, justificada porque os EUA se tornaram o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2025, mais que dobrando as compras na primeira metade do ano frente ao mesmo período de 2024 (clique aqui). E a tarifa deve refletir na queda nas vendas de carne bovina brasileira para o país, devido a queda na competitividade do nosso produto, apesar dos preços recordes por lá (clique aqui).
No entanto, o preço futuro do boi gordo mostrou leve recuperação em julho (11), também em resposta a uma forte queda na véspera, como ilustram os dados da primeira Figura.
É importante observar que, em junho, o ritmo de compra de carne bovina do Brasil pelos EUA já havia caído em relação ao mesmo período do ano anterior, com a participação do país inclusive menor que a do México. Em outras palavras, mesmo com o recorde de exportação de carne bovina para um mês de junho, em 2025 (clique aqui), a compra dos EUA caiu sensivelmente frente ao mesmo período do ano anterior (clique aqui).
A Figura apresenta a evolução diária do preço esperado do boi gordo para outubro de 2025, avaliado em Reais por arroba, ao longo do ano.

E como temos comentado, os contratos para vencimento em novembro e dezembro tem descolado, para cima, dos demais vencimentos (clique aqui), indicando uma perspectiva mais otimista para o período do ano, como aliás, tradicionalmente acontece, como mostram os dados da segunda Figura.
O que temos percebido ao longo da primeira metade de julho é que os contratos para novembro e dezembro, em especial, caem menos que os demais vencimentos em dias de mercado futuro do boi gordo pressionado para baixo. Do mesmo modo, em dias de alta, os vencimentos para novembro e dezembro apresentam alta maior que os demais vencimentos.
A Figura abaixo apresenta dados de preço do boi gordo no mercado físico (Datagro) e dos contratos futuros, segundo B3, entre julho de 2025 e fevereiro de 2026, em Reais por arroba, no dia 11 de julho, considerando os valores do ajuste.

O contrato que vence em julho voltou a ficar próximo da referência no físico (Datagro), cotado a R$304,2 por arroba em julho (11). O contrato para outubro segue precificando alta de cerca de R$20,0 por arroba em relação ao físico, enquanto o ágio de dezembro frente a outubro segue aumentando e alcançou patamar próximo de R$10,0 por arroba.
No mercado físico, o preço do boi gordo segue pressionado, com o valor (Cepea) voltando a ficar abaixo de R$300,0 por arroba pela primeira vez em 2025 (terceira Figura), com queda de 5,6% ou quase R$18,0 por arroba frente ao valor que encerrou junho (R$317,4).
A Figura ilustra a evolução nominal diária do preço do boi gordo (Cepea), avaliado em Reais por arroba, ao longo de 2025.

É importante lembrar também que emborra o tarifaço de Trump pode não se consolidar integralmente já que ainda há espaço para negociação, pressões internas nos EUA e reavaliações. Contudo, o dano simbólico para o Brasil e o agro nacional já foi feito! Clique aqui e saiba mais!
A tarifa dos EUA sobre os produtos importados do Brasil tem ganhado repercussão, não apenas devido ao impacto nas vendas, mas também na compra de insumos. Isso porque além de um importante mercado consumidor de produtos do agro brasileiro, especialmente de produtos florestais, café, carne bovina, sucos como destacamos (clique aqui), os EUA igualmente vendem insumos agrícolas para o Brasil, como fertilizantes.
E o mercado de fertilizantes que já vinha em alta e volátil, especialmente após o conflito no Irã (clique aqui), pode ganhar mais um componente de valorização. Caso o Brasil aplique o mecanismo de reciprocidade, os fertilizantes importados dos EUA pelo Brasil devem subir, já que igualmente receberão uma tarifa de 50% quando entrarem no País. Clique aqui!
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