Retrospectiva de 2021: preço no agro e exportação recordes
O ano de 2021 foi histórico quando o assunto foi o preço no agro brasileiro.
Isso porque em nenhum outro ano o valor nominal das commodities agrícolas acompanhadas pelo Farmnews foi cotado a patamares tão altos. E além dos preços no agro em patamares recordes, a exportação igualmente alcançou valores nunca antes observados.
No acumulado até novembro de 2021 o agro do Brasil exportou o equivalente a US$110,70 bilhões, valor 18,3% acima das vendas apuradas no mesmo período de 2020 (US$93,47 bilhões). Vale destacar que o recorde de vendas do agro brasileiro antes de 2021 foi observado no ano de 2013 quando somou o equivalente a US$93,55 bilhões.
E esse salto nas vendas internacionais em 2021, em faturamento, foi impulsionado principalmente pelo aumento da demanda chinesa. A China, até novembro de 2021, comprou o equivalente a US$38,94 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro, o que representa 35,2% do total exportado pelo setor no País. No mesmo período de 2020 a China importou US$32,50 bilhões em produtos do agro brasileiro e, em 2012 esse valor foi de US$17,55 bilhões.
E nesse contexto de exportação, vale ressaltar que a importância da China para o agro do Brasil ficou ainda maior em 2021, com forte aumento no ritmo de exportação do país frente aos anos anteriores. Clique aqui e confira!
É importante considerar que o aumento da receita das exportações do agro do Brasil entre 2012 e 2021 foi de US$22,11 bilhões, de US$88,59 para US$110,70 bilhões, enquanto apenas as compras da China aumentaram US$21,39 bilhões, de US$17,55 para US$38,94 bilhões. Como visto, o apetite de compra da China tem grande importância no comportamento de preço no agro do Brasil.
E falando agora em preços, entre o início de 2021 e o dia 30 de dezembro, o bezerro avaliado em Reais por cabeça (Cepea, Mato Grosso do Sul), acumulou ganho de 24,8%, o boi gordo (Cepea) de 22,9%, a soja (Cepea, Paranaguá-PR) subiu 11,4% e o milho (Cepea) 10,5%.
Aliás, o mercado pecuário foi o grande destaque entre os preços no agro, pelo menos quando comparado ao milho e a soja. Aliás, o boi gordo (Cepea) encerrou 2021 em grande estilo, renovando a máxima nominal histórica no último dia útil do ano, cotado a R$336,5 por arroba. A média nominal de dezembro de R$320,9 por arroba foi a maior da série do Cepea.
E por falar em preços no agro e, do boi gordo, as perspectivas para 2022 seguem otimistas e com projeções de novos recordes, pelo menos é o que sinaliza o mercado futuro para vencimento em maio. Clique aqui e saiba mais!
Embora o bezerro tenha liderado a valorização dentro de 2021, acumulando ganho de 24,8% entre o início de janeiro e o final de dezembro, o preço do bezerro encerrou o ano abaixo de R$3,0 mil por cabeça, após ser cotado boa parte do ano acima desse patamar.
O preço corrigido do bezerro em 2021 ficou próximo da média de R$3,0 mil por cabeça e acumulou 3 anos consecutivos de alta. Clique aqui e confira os dados históricos de preço!
A carne bovina mesmo com a suspensão temporária da China renovou a máxima de faturamento de exportação no acumulado até novembro de 2021. Entre janeiro e novembro de 2021 o Brasil faturou o equivalente a US$7,34 bilhões com a exportação de carne bovina, valor 8,1% maior que o apurado no mesmo período de 2020 (US$6,80 bilhões). Apesar do recorde em receita, as vendas caíram, passando de 1,58 milhão de toneladas em 2020, até novembro, para 1,43 milhão no mesmo período de 2021. O preço médio da carne bovina foi o grande destaque do ano de 2021 (US$5,13/kg), com alta de 19,3% em relação a 2020 (até novembro).
A receita de exportação da soja também foi um grande destaque positivo, com crescimento da receita de quase 32,0% no acumulado até novembro de 2021. As vendas de soja em grãos do Brasil somaram o equivalente a US$37,27 bilhões entre janeiro e novembro de 2021, novo patamar histórico. O volume de embarques cresceu 0,8% no mesmo período, somando 83,40 milhões de toneladas.
Pois é, o milho acumulou a menor alta entre as commodities acompanhadas pelo Farmnews e, talvez não por acaso foi a que apresentou o pior desempenho de exportação comparado a carne bovina e a soja. Os embarques de milho em 2021 despencaram 42,5% em relação a 2020 (até novembro), para 17,01 milhões de toneladas e o pior desempenho em 10 anos.
Embora os custos de produção acompanhem essa alta, principalmente dos insumos atrelados ao dólar, o ano foi de ganho para o produtor. Aliás, as margens foram expressivas até mesmo porque o aumentos dos preços ao longo de 2021 devem ser sentidos na próxima safra.
E é ai que a discussão assume uma importância especial…quando o assunto fica para 2022. Vale lembrar que o custo de importação dos fertilizantes disparou em 2021. E isso foi tema de discussão no Farmnews. Clique aqui e confira!
Custo de fertilizantes em disparada, combustível, frete, demais insumos e indicadores de inflação em alta que indicam alta na mão-de-obra devem ganhar destaque na análise dos resultados para 2022, ainda que o cenário de preços no agro seja otimista.
Com o Real desvalorizado o cenário de preço no agro segue otimista, mas, a margem deve ser pressionada pela forte alta nos custos de produção. A preocupação com o custo deve ficar mais forte em 2022 e mesmo porque parece haver pouco espaço para altas significativas de preços frente aos patamares praticados atualmente.
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