Seca na Argentina e disputa comercial favorecem a soja do Brasil em 2018
O mercado de soja do Brasil deve alcançar patamar recorde de vendas externas em 2018, favorecido pela seca na Argentina e disputa comercial entre China e Estados Unidos.
A produção de soja do Brasil em 2018 deve atingir um recorde de 117,4 milhões de toneladas, permitindo ao país embarcar neste ano o maior volume da oleaginosa em toda a história, estimou a Abiove, em meio à quebra de safra da Argentina (clique aqui) e à disputa entre China e EUA (clique aqui) que favorecem a exportação do produto nacional.
A nova previsão para a produção de soja do Brasil em 2018 supera tanto as 114,7 milhões de toneladas estimadas em março quanto as quase 114,0 milhões de toneladas da safra passada, informou a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) em abril de 2018.
Com o aumento da safra, os embarques do maior exportador global de soja foram estimados agora pela Abiove em 70,4 milhões de toneladas, superando a previsão anterior (68 milhões de toneladas) e o recorde do ano passado, de 68,1 milhões de toneladas (clique aqui).
Os problemas na Argentina, terceiro maior produtor mundial e que está vendo sua produção ficar 15 milhões de toneladas abaixo do potencial, devem fazer com que compradores internacionais se voltem mais à soja do Brasil.
Dentre eles está a China, cujo apetite pelo produto nacional pode ser ainda maior em razão da aplicação de taxas sobre a commodity dos Estados Unidos, anunciadas recentemente como retaliação a tarifas impostas pela administração do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre bens chineses.
Esse cenário de exportações mais fortes pelo Brasil deve levar o setor a faturar US$36,0 bilhões neste ano com vendas ao exterior de soja em grão, farelo e óleo. O montante supera com folga os US$31,7 bilhões de 2017, bem como os US$32,4 bilhões estimados em março, diante de preços mais altos do produto brasileiro.
A Abiove agora estima que o preço médio da soja exportada pelo Brasil em 2018 será de US$410,00 por tonelada, contra US$380,00 na previsão de março e US$377,00 em 2017.
Há receios ainda de, no caso de uma efetivação da taxa chinesa sobre a soja dos EUA, o Brasil, mesmo com safra maior, não terá como atender toda a demanda do país asiático, o maior importador global.
No ano passado, os chineses compraram cerca de 54,0 milhões de toneladas de soja brasileira de um total de 68,0 milhões que o Brasil exportou em 2017. Ao todo, os chineses compraram mais de 95,5 milhões de toneladas de todas as origens em 2017. Clique aqui e confira os principais importadores de soja do Brasil em 2017.
A revisão para cima na safra nacional se segue à de outras consultorias e da própria Companhia Nacional de Abastecimento, que têm citado rendimentos acima do esperado conforme a colheita da soja do Brasil evolui.
Adaptado de Reuters
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