Preço da carne bovina no varejo sobe, apesar das vendas ainda fracas no início de outubro
O preço da carne bovina no varejo segue em alta, embora a virada do mês, sem o salário no bolso, ainda ter sido insuficiente para destravar as vendas!
Apesar de estarmos diante do início do mês, a virada sem o recebimento dos salários não gerou impulso para movimentar o mercado, que depende do poder aquisitivo do consumidor para acontecer, o que deve ocorrer na segunda semana de outubro.
No atacado de carne com osso, a cotação caiu para todas as carcaças casadas.
A carcaça do boi capão caiu 0,7%, negociada em R$20,10/kg. Para as demais categorias, a cotação recuou 1,3%: a do boi inteiro e a da novilha fecharam em R$19,00/kg e a da vaca em R$18,50/kg.
No setor atacadista de carne desossada não foi diferente, com queda na cotação média geral de 0,4%, puxada pela redução do preço médio tanto do dianteiro quanto do traseiro.
Para o dianteiro, a queda foi de 0,5%, com recuo em todos os cortes monitorados e destaque para o cupim, que desvalorizou 1,8%. Nos cortes do traseiro, a média caiu 0,3%, com baixa em 12 cortes dos 16 totais, dois apresentando aumento e outros dois estabilidade. O destaque ficou para a maminha, que retraiu 1,1%.
O preço da carne bovina no varejo, assim como nas semanas anteriores, não seguiu o restante dos setores – e nem o bolso dos consumidores –, apresentando ajustes positivos na cotação média em todos os estados levantados.
Minas Gerais foi o estado que registrou maior ajuste, com alta de 0,8%. Esse resultado foi sustentado pela valorização de 12 cortes, contra queda em três e estabilidade em seis. A maior variação ocorreu no miolo de alcatra, que subiu 3,5%.
O Rio de Janeiro apresentou alta de 0,4%. Houve valorização em 11 cortes, queda em cinco e estabilidade nos outros cinco, dos 21 monitorados. O destaque foi a costela, que subiu 3,3%.
Em São Paulo, a valorização foi de 0,3%, com alta em 12 cortes, queda em quatro e cinco sem alteração. O maior ajuste foi na costela, que avançou 2,7%.
No Paraná, o aumento na cotação geral foi de 0,1%, com oito cortes em alta, sete em queda e seis estáveis. O destaque ficou para a alcatra completa e para o acém, que caíram 3,0%, e para a paleta, que subiu 3,0%.
Para os próximos dias, espera-se melhora nas vendas com o avanço do mês e a chegada do quinto dia útil. A movimentação no varejo, consequentemente, deve interferir no atacado, com pedidos de reposição que devem impulsionar o giro, e os preços podem atuar entre estabilidade e alta.
Relação de troca entre as carnes no atacado paulista
No mês de setembro, quando analisamos do primeiro dia útil ao último, a cotação do dianteiro registrou queda de 1,5% ou R$0,25/kg, fechando em R$16,05/kg.
A cotação do suíno especial* caiu 8,7% ou R$1,20/kg no período. Nesse contexto, a relação de troca piorou 7,8% para a carne bovina: se antes 1kg de dianteiro comprava 1,18kg de carne suína, passou a adquirir 1,27kg.
Por outro lado, o frango médio**, dentre as proteínas analisadas, foi o que apresentou maior ajuste positivo, com alta de 18,9% ou R$1,20/kg, negociado em R$7,55/kg. Diante desse cenário, a relação de troca melhorou 17,2% para a carne bovina frente ao frango. Enquanto no início do mês 1kg de dianteiro comprava 2,57kg de carne de frango, no fim passou a comprar 2,13kg.
*Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha.
**Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%.

E por falar em carne de frango, no final de setembro, o preço da carne congelada no atacado paulista (Cepea) acumulou alta de mais de 11,0% frente ao valor que encerrou agosto, enquanto no mesmo período o suíno e o boi gordo caíram. Clique aqui e confira os dados!

Vale destacar que a cotação média do dólar em setembro de 2025 de R$5,37 acumulou o quinto mês consecutivo de queda e no menor desde maio de 2024. Na parcial do ano, até o final de setembro, frente ao valor que encerrou 2024, a queda foi de 13,9%. O Farmnews também comparou o preço do boi gordo, bezerro, milho e soja nos meses de setembro, entre 2018 e 2025, em moeda nacional (clique aqui) e em dólares (clique aqui).
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