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Taxa de abate de fêmeas: o que os dados sinalizam como tendência?

O Farmnews Indica

A taxa de abate de fêmeas alcançou patamares recordes no 1º trimestre de 2025 e vale destacar o aumento da participação de novilhas ao longo dos últimos anos.

É importante avaliar o aumento do abate de novilhas em relação ao total de fêmeas abatidas que, pelo segundo ano consecutivo ficou acima de 30,0% no 1º trimestre (primeira Figura).

Vale lembrar que o Farmnews apresentou os dados do abate oficial de bovinos no Brasil no 1º trimestre de cada ano, desde 2010, destacando os valores observados para as fêmeas, tanto vacas como novilhas. Clique aqui e confira!

A Figura ilustra a evolução da participação das novilhas em relação ao total de fêmeas abatidas (vacas e novilhas) no 1º trimestre, entre 2010 e 2025, segundo dados do IBGE-SIDRA.

abate de fêmeas
Fonte: Dados do IBGE-SIDRA (elaborado por Farmnews)

A participação nas novilhas no abate de fêmeas tem aumentado de modo expressivo nos últimos anos, alcançando patamares acima de 30,0% no 1º trimestre de 2024 e 2025.

O abate de novilhas vem aumentando, o que sugere um aumento da produtividade e redução da idade do abate, mas o número de vacas abatidas também subiu (segunda Figura), embora em um ritmo de crescimento menor. Claro, se a proporção de novilhas em relação ao total de fêmeas abatidas aumenta, o de vacas, por consequência, diminui.

Em 2010, pouco mais de 15,0% do abate de fêmeas, no 1º trimestre, era composto por novilhas, ou seja, quase 85,0% eram de vacas. No ano de 2025 essa proporção ficou em cerca de 33,0% para novilha e 67,0% para vacas.

A Figura apresenta dados do abate de vacas e novilhas, no 1º trimestre, em milhões de cabeças, entre os anos de 2010 e 2025, segundo dados do IBGE-SIDRA.

abate de fêmeas
Fonte: Dados do IBGE-SIDRA (elaborado por Farmnews)

O abate de novilhas cresce, assim como o de vacas, mesmo que em menor proporção para os animais mais velhos. Historicamente, a taxa de abate de fêmeas (vacas e novilhas), em relação ao total de animais abatidos foi de, em média, 37,7%. Esse é o valor médio de acordo com os dados oficiais do IBGE entre 1997 e 2024 (considerando anos completos), como mostram os dados da terceira Figura.

A Figura apresenta os valores anuais da taxa de abate de vacas e novilhas em relação ao total de bovinos abatidos no País (oficial), entre 1997 e 2024 (anos completos), segundo dados do IBGE-SIDRA.

abate de fêmeas
Fonte: Dados do IBGE-SIDRA (elaborado por Farmnews)

Ainda sem avaliar o ano de 2025 que já mostra alta no 1º trimestre de 2025 (aliás, patamares históricos, quarta Figura), o ritmo de abate de fêmeas superou a média histórica pelo segundo ano consecutivo.

A Figura apresenta os valores da taxa de abate de vacas e novilhas em relação ao total de bovinos abatidos no País (oficial), no 1º trimestre, entre 2010 e 2025, segundo dados do IBGE-SIDRA.

abate de fêmeas
Fonte: Dados do IBGE-SIDRA (elaborado por Farmnews)

Nos últimos anos, o mercado tem apresentado uma amplitude de variação maior, tanto para baixo como para cima, o que contribui para a maior oscilação também nos preços no mercado físico e futuro do boi gordo. Como temos comentado no Farmnews, o mercado está mais volátil e as decisões impactam fortemente o comportamento futuro de preços. Afeta também do ponto de vista técnico, mas isso é uma outra discussão, pois uma menor taxa de abate de vacas reflete na idade média do rebanho de vacas.

Bom, e o esperar como tendência: a primeira é o gradativo aumento do abate de novilhas como temos destacado acima e a outra é da esperada redução do ritmo de abate de fêmeas já na segunda metade de 2025 e ao longo dos próximos anos, assim como observado no ciclo de alta anterior, em 2021. É interessante observar que o abate de fêmeas permanece elevado e os preços já sinalizam alta (clique aqui). É algo que tem chamado a atenção!

O fato é que o ritmo de abate de vacas e novilhas merece atenção, assim como o efeito nos preços do mercado pecuário como um todo. É justamente por esse motivo que temos acompanhado de perto os movimentos de preço no curto (clique aqui) e longo prazo (clique aqui).

A exportação de bovinos vivos do Brasil em maio de 2025 somou o equivalente a US$104,82 milhões, novo recorde para o período do ano (primeira Figura) e mais que o dobro do valor praticado em maio de 2024 (US$46,83 milhões). Clique aqui e confira os dados!

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Ivan Formigoni

Zootecnista, Fundador do Farmnews e interessado em fornecer informações úteis aos nossos leitores!
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