Sustentabilidade

Nobel da Agricultura e outros destaques das Mulheres da Embrapa

O Farmnews Indica

O Brasil foi representado e premiado em 2025, no Prêmio Mundial da Alimentação, reconhecido como o “Nobel da Agricultura”, por uma pesquisadora da Embrapa.

Na semana que o Brasil foi representado com a premiação de uma grande profissional, laureada com o prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize) em 2025, reconhecido como o “Nobel da Agricultura”, nossa querida pesquisadora Mariangela Hungria, destaco sua jornada nessa coluna e de outros grandes exemplos inspiradores de mulheres que transformaram nosso Agro.

No coração da agricultura brasileira pulsa um motor invisível, mas que transforma: a ciência e a tecnologia. Dentro dessas engrenagens essenciais, grandes mulheres mudaram, e continuam mudando os rumos do setor. Elas não apenas produziram conhecimento, como semearam um novo modelo de desenvolvimento rural: justo, tecnológico, produtivo e sustentável, um agro que floresce com raízes profundas na ciência e nos valores da economia verde positiva.

Johanna Döbereiner: A precursora do solo vivo.

Impossível não começar por ela, a pesquisadora tcheca naturalizada brasileira que revolucionou a forma como cultivamos soja no Brasil. Em tempos em que fertilizantes importados pesavam na balança comercial, Johanna provou que era possível usar bactérias fixadoras de nitrogênio para enriquecer o solo, reduzindo a dependência química e os custos ambientais da produção.

Esse avanço não foi apenas técnico, ele abriu caminho para o Brasil se tornar um dos maiores exportadores de soja do mundo, com uma base mais sustentável. Johanna, sem saber, plantava as primeiras sementes da economia verde positiva no agro, aquele grão que une produtividade, ciência e respeito à terra.

Johanna foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz (1997) e inscrita no Livro dos Heróis da Pátria, também conhecido como Livro de Aço, é um documento oficial que homenageia cidadãos brasileiros que prestaram serviços relevantes à nação, a obra está depositada no Panteão da Pátria, em Brasília. 

Mariangela Hungria da Cunha: O solo como protagonista da sustentabilidade.

Hoje uma das 100 cientistas mais influentes do mundo pela indicada pela Clarivate Analytics e ganhadora do Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize) em 2025, reconhecido como o “Nobel da Agricultura”, Mariangela Hungria é a herdeira natural da ciência viva no solo.

Especialista em microbiologia, ela aprofundou os estudos sobre inoculantes biológicos, provando que bactérias e fungos podem substituir fertilizantes sintéticos.

Sua paixão pelas pesquisas vem desde pequena, aos oito anos ela decidiu que seria microbióloga, quando sua avó, uma grande estimuladora de sua carreira, a presenteou com o livro “Caçadores de Micróbios”, de Paul de Kruif.

Seu trabalho na Embrapa Soja permitiu ganhos duplos: maior produtividade e menor impacto ambiental, levando seu conhecimento para o campo, ajudando pequenos e grandes produtores a adotar práticas regenerativas. Em pleno avanço da agenda da sustentabilidade e da neutralidade de carbono, seus estudos viraram referência técnica e política para o setor.

Maria Fátima Grossi de Sá: Biotecnologia com ética e eficiência.

Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Maria Fátima lidera pesquisas que buscam garantir resistência natural das plantas a pragas, sem pesticidas. Seus projetos de engenharia genética em algodão, feijão e milho criaram cultivares mais resilientes, produtivas e seguras.

Isso significa mais alimento com menos defensivos químicos. E, ao mesmo tempo, economia para o produtor, saúde para o consumidor e menos pressão ambiental. Uma tríade que forma a base da agricultura regenerativa e da chamada economia verde positiva, onde o ganho não é só financeiro, mas social e ambiental.

Maria e membro titular da Academia Brasileira de Ciências e autora de diversas patentes e cultivares resistentes a pragas.

Maria Irene Baggio: A genética nacional como patrimônio.

Atuando na Embrapa Trigo, Maria Irene foi pioneira na aplicação da citogenética no Brasil. Ao desenvolver cultivares adaptadas ao nosso clima e solos, ajudou a reduzir a dependência de sementes estrangeiras. Seus estudos geraram autonomia produtiva e segurança alimentar nacional, valores centrais da nova bioeconomia.

A personalização genética de cultivares também pavimenta o futuro da rastreabilidade e da agricultura digital, dois pilares da profissionalização verde do agro.

Ela é referência técnica da Embrapa Trigo em projetos internacionais e destaque em pesquisas citogenéticas aplicadas ao trigo e cevada.

Silvia Massruhá: A agricultura digital com liderança feminina.

A primeira mulher a presidir a Embrapa em seus 50 anos, Silvia Massruhá é símbolo da virada tecnológica no agro. Com doutorado em computação aplicada e vasta produção em inteligência artificial para a agricultura, ela lidera o movimento pela transformação digital inclusiva no campo. Seu foco na equidade tecnológica e na agricultura de precisão alinha o Brasil às exigências globais de rastreabilidade, conectividade e neutralidade climática.

Silvia é líder do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (SemeAr/Fapesp), integra o Conselho do Ecossistema Brasil 6.0 e o Comitê Estratégico do Laboratório Nacional de Agro-Fotônica.

Taciana Barbosa Cavalcanti: Biodiversidade como riqueza estratégica.

Taciana atua como guardiã da biodiversidade brasileira. Como botânica da Embrapa Recursos Genéticos, ela estuda e classifica espécies nativas para que possam ser utilizadas de forma sustentável em pesquisas, restauração ecológica e novos cultivos. Seu trabalho é essencial para o mapeamento de ativos da sociobiodiversidade, base para futuros negócios verdes.

Sem esse mapeamento, não há bioeconomia possível, ela prepara o terreno para um agro que respeita os biomas e inova a partir deles.

Suas pesquisas a destacam em plataformas científicas como especialista em fanerógamas do Cerrado e da Amazônia e autora de mais de 100 espécies descritas de plantas.

O que essas mulheres têm em comum?

Ciência, persistência e visão de futuro. Enquanto políticas públicas ainda engatinhavam na sustentabilidade, essas pesquisadoras já praticavam a essência da economia verde positiva: Mais produtividade com menos impacto. Seus trabalhos inspiraram novas gerações e contribuíram diretamente para que hoje o Brasil tenha posição estratégica em mercados sustentáveis.

Da Ciência ao Campo, A Nova Rota do Agro Sustentável!

A trajetória dessas cientistas e de muitas mulheres que fazem parte desse grupo seleto é um exemplo vivo de que o agro brasileiro é mais do que produção, é inteligência aplicada à terra. O futuro da agricultura sustentável está nas mãos, mentes e corações de quem nunca tiveram medo de sujar as botas para colher soluções.

Hoje, a Embrapa colhe os frutos de um trabalho que começou muito antes de qualquer protocolo climático ou exigência internacional, e deve isso, em grande parte, a essas mulheres extraordinárias.

Elas são o presente que nos ensina e nos inspira. E o futuro que já começou a florescer.

E mudando de assunto, Bruna Fortes destacou que a compra de terras agrícolas no Brasil pela China vem acontecendo de modo silencioso e já acende sinal de alerta entre produtores, juristas e especialistas em soberania territorial. Clique aqui e saiba mais!

Vamos juntos transformar os desafios em oportunidade!👉 Conecte-se com a Forte Field Group: pelo Linkedin: https://www.linkedin.com/company/forte-field-group📞 Fale com a Bruna peço whatsapp: 11 98697-1673 📞

O Farmnews agora tem uma Comunidade! Mais privacidade e organização para interagir de modo seguro com nossos leitores! Clique aqui e faça parte!

Bruna Forte

Atuo há 25 anos no mercado corporativo em projetos e consultorias que envolvem tecnologia, ESG, marketing e inovação, trilhei e consolidei uma trajetória em multinacionais de tecnologia atuando estrategicamente nos segmentos da indústria e produção, cadeias produtivas do agro e setor público. Sou especialista em estratégias sustentáveis e de inovação, com o foco na Nova Economia Verde Positiva, liderando projetos que integram a jornada da transformação ESG, nos processos das empresas, impulsionando a competitividade, comunicação assertiva, educação e promovendo a gestão contínua das melhores práticas nos ambientes de negócios. Tenho expertise na estruturação de novos negócios e transformação organizacional, desenvolvendo diagnósticos, diretrizes estratégicas, políticas corporativas e gestão humanizada de equipes, apoiando empresas na implementação de estratégias corporativas e métricas de impacto. Estabeleço articulações e parcerias público-privadas, com o fim de criar conexões que facilitem empresas desenvolver soluções socioambientais inovadoras de impacto na sociedade. Minha experiência no mercado corporativo e ESG pavimentou minha atuação em outras soluções de negócios, em especial no desenvolvimento de projetos de comunicação visual corporativa e industrial com foco no ecodesing, abordando a sustentabilidade para criar experiências de clientes e estratégias de branding para o mercado do Agro. Acredito que toda estrutura de comunicação assertiva e a educação transformadora, são ferramentas poderosas para gerar impacto positivo na sociedade e na criação de pontes entre o campo e a cidade.
Botão Voltar ao topo